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Rio de Janeiro, 25 de abril de 2024


Esporte

Festas e promoções aproximam o carioca da África do Sul

Bruno Alfano e Laís Botelho - Do Portal

11/06/2010

Mauro Pimentel

Começa hoje, às 11h, a primeira Copa do Mundo em território africano. Na abertura, a anfitriã África do Sul enfrenta o México. O sonho do hexa brasileiro começará quatro dias depois, na terça-feira, quando a seleção enfrentará a Coreia do Norte, às 15h30. Enquanto os comandados de Dunga acertam os ajustes finais para estreia, cariocas decidem onde e como vão torcer por Kaká, Robinho, Elano, Felipe Melo, Josué. Na PUC-Rio e em diversos pontos da Zona Sul, sobram opções para animar até quem não gosta de futebol, mas se deixa levar pela onda verde-amarela.

O ginásio da PUC-Rio vai virar uma grande arquibancada na próxima terça. Um grupo de estudantes organizou uma confraternização entre alunos e funcionários para se acompanhar a estreia brasileira. O jogo contra os coreanos será visto em telão de 12 metros. A cada gol do Brasil, será servida uma rodada de cerveja. A programação vai se repetir no dia 25, quando o Brasil fecha a primeira fase da Copa, contra Portugal.

 Mauro Pimentel

– Na sexta-feira, dia 25, está prevista uma "preliminar" espirituosa: o ginásio acolherá a final do campeonato de futebol de papel, organizada por uma empresa de energéticos. Dois competidores tentam, com petelecos nas bolinhas de papel, marcar gols em minibalizas de ferro. Pedro Pirim aluno do oitavo período de comunicação, e um dos organizadores, acredita que, independentemente do resultado do jogo, a vitória está garantida:

Será uma ótima oportunidade para juntar funcionários e alunos.

Rafael Gota, nono período de história, segunda Copa no currículo, vai mudar de tática desta vez. Em vez do Bar do Pires, tradicional ponto de estudantes, onde acompanhou o Brasil em 2006, ele escala agora o ginásio:

– Vou ver [a seleção] na PUC porque eu já estarei no campus. Com a boa estrutura, veremos o jogo sem apertos – justifica – Além do mais, assistir ao jogo com a galera dá mais emoção.

O antigo destino de Gota – como é conhecido entre os amigos – mantém-se, no entanto, entre os convocados por grande parte dos estudantes. Para atrair os torcedores, o Bar do Pires, na Marquês de São Vicente, dará uma cerveja grátis a cada 10 consumidas. Os petiscos – bolinhas de queijo, quibes e pastéis de diversos sabores – terão 15% de desconto nos dias dos jogos. Cada porção sairá por R$ 11,90.

 Mauro Pimentel Já o Costello (foto), também na Marquês, aposta no apetite do carioca para o bolão. Em dia de jogo do Brasil, cada mesa tem direito a um palpite sobre o resultado. O vencedor leva uma mochila ou uma réplica da bola da Copa. Segundo o gerente Cláudio Fonseca, o restaurante investiu R$ 600 na decoração verde-amarela e espera um salto de 30% do movimento. 

– A promoção [dos palpites] começou no Campeonato Brasileiro e foi um sucesso. Resolvemos estendê-la para a Copa, mas com outros brindes – conta Fonseca.

O clima de interação ganha diversos pontos da cidade. Nas areias de Copacabana, ao lado do Forte, o FIFA Fan Fest reunirá 20 mil pessoas em uma arena de 28 mil m² inspirada na arquitetura do Maracanã. Berlim, Cidade do México, Londres, Roma, Sidney, Paris e 10 cidades sul-africanas também receberão a festa. Esta iniciativa começou na Alemanha, em 2006, para as pessoas sem ingresso. O sucesso levou a FIFA lançasse o Fan Fest a outros lugares do mundo – e assim expandir a venda dos seus produtos licenciados.

Contagiados pela euforia brasileira em Copa do Mundo, até os habitualmente indiferentes ao futebol rendem-se ao poder da seleção. (Não desta seleção em particular, mas daquilo que a "seleção brasileira" ainda representa em nosso imaginário, como beleza, autenticidade e redenção.) Enquanto os amantes do futebol planejam devorar todos ou quase todos as partidas do Mundial – inclusive as menos glamourosas, como Nova Zelândia x Eslováquia –, esses só engolem o Brasil. É o caso de Thays Ceciliano, do terceiro período de Publicidade. Para ela, jogo do Brasil "vale pela festa":

– Perder um jogo do Brasil é como perder a chopada. Não fico triste porque eu sei que daqui a pouco vai ter outra – compara.

Apesar de impulsionado pela atmosfera de celebração, o envolvimento com a seleção é limitado:

– Até comemoro, mas não é tanto – reconhece a estudante – Mas eu quero ver o jogo em um lugar animado. Num bar, numa festa, ou até na minha casa, se lá estiver animado.

Animada será a comemoração – em caso de vitória brasileira – no Planetário. A cúpula Carl Sagan será aberta para a estreia da seleção. Antes do jogo, será servido um coquetel, a partir das 14h30. Ao final da partida, a bateria mirim da Mocidade Independente animará o Museu do Universo. Além de trocar as estrelas do céu pelos astros da nossa seleção, a fundação distribuirá kits com bandeira e corneta verde-amarela. O evento é gratuito e exige inscrição (2274-0046, ramal 205).      

Mesmo com as variadas opções para ver e (com sorte) comemorar o Brasil na Copa, mesmo com o clima festivo das esquinas, há quem pegue a contramão. O estudante de cinema Vitor Lopes, de 24 anos, não pretende mover uma ruga de preocupação com o desempenho brasileiro. Admite até que mudará a rotina, mas por outro interesse: aproveitará as ruas desertas nos 90 minutos das partidas do Brasil para filmar seu quinto curta-metragem, um ensaio sobre o futuro a partir da invenção do teletransporte. 

– Como eu não gosto de Copa bolei um roteiro para aproveitar essa oportunidade – explica.