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Rio de Janeiro, 28 de abril de 2024


Mundo

Santos mostra força do uribismo no primeiro turno colombiano

Bianca Baptista - Do Portal

31/05/2010

Divulgação/Arte de Camila Grinsztejn

O primeiro turno da eleição presidencial colombiana ocorrida no domingo, 30 de maio, foi marcado pela surpresa. Com 46% dos votos, Juan Manuel Santos, do Partido da U, apoiado pelo atual presidente Álvaro Uribe, que goza de uma popularidade em torno de 70%, venceu a primeira disputa eleitoral com 21 pontos percentuais à frente do candidato do Partido Verde, Antanas Mockus. O segundo turno será disputado no dia 20 de junho.

O resultado mostrou-se diferente das pesquisas de intenção de voto divulgadas uma semana antes das eleições, onde Juan Manuel Santos e Antanas Mockus apresentavam somente dois pontos percentuais de diferença.

O presidente do instituto Invamer Gallup, Jorge Lodoño, em entrevista ao jornal colombiano El Tiempo, admitiu que o resultado do primeiro turno foi desconcertante, devido a grande diferença entre os oponentes que se apresentavam empatados tecnicamente nas sondagens.

Segundo César Valderrama, pesquisador dos institutos Gallup e Napoléon Franco, em declaração ao mesmo jornal, não foi feita qualquer pesquisa após os debates organizados pela CityTv, RCN e Caracol, na semana anterior à eleição, devido a uma determinação do Conselho Nacional Eleitoral, o que justificaria, para ele, a disparidade dos resultados.

Partido da U/DivulgaçãoMas para Luiz Antônio Gusmão, analista da política colombiana, a razão da diferença entre o número apresentado nas pesquisas de intenção e o resultado real foi a dificuldade dos institutos de pesquisa de captar a opinião no interior do país.

– Além do problema que os institutos tiveram para captar as intenções no interior, acredito que os poucos casos de violência que ocorreram antes do pleito e ainda as declarações do presidente Álvaro Uribe de apoio ao candidato Juan Manuel Santos tenham contagiado alguns eleitores indecisos, ou menos seguros – opinou o cientista político.

Com o segundo turno marcado para o fim de junho, ambos os postulantes partiram para a busca de alianças e se declararam abertos ao apoio dos outros candidatos entre eles: Gérman Vargas, do Partido Mudança Radical, de direita; Noemi Sanin, do Partido Conservador; Rafael Pardo, do Partido Liberal e Gustavo Petro, do Pólo Democrático Alternativo.

No entanto, para Tatiana Oliveira, especialista do Observatório Político Sul Americano (OPSA), já há apoios pré-determinados.

Divulgação/Partido Verde – Acredito que por fazerem parte do atual governo de Álvaro Uribe, o Partido da Mudança Radical [em espanhol Partido Cambío Radical], o terceiro mais votado na eleição, bem como o Partido Conservador devem apoiar Juan Manuel Santos. Mas o Partido Liberal, que faz oposição ao governo Álvaro Uribe, deve apoiar Mockus – explicou.

Segundo órgãos do governo, a votação do último domingo (30 de maio) teve um dos maiores índices de participação de eleitores da história colombiana. Nas maiores cidades como Cundinamarca e Bogotá, a participação chegou a 60%, com 14.740.328 votos. Em 2006, nas mesmas localidades, a participação não ultrapassou os 45%.