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Rio de Janeiro, 26 de abril de 2024


País

Militares apresentam na PUC a Operação Atlântico

Lais Botelho - Do Portal

19/05/2010

A Operação Atlântico - exercícios combinados entre Marinha, Exército e Aeronáutica para a proteção dos recursos naturais da costa sudeste brasileira - só voltará a campo em julho, mas seus princípios e diretrizes serão apresentados esta quinta-feira, na PUC-Rio. Representantes das Forças Armadas explicarão, às 15h, na sala 102K, os esforços coordenados na defesa da “Amazônia Azul”. Assim os oficiais batizaram a área que se estende por todo o litoral brasileiro, incluindo o cobiçado Pré-sal, cujas reservas totais estão estimadas em 300 bilhões de barris de petróleo.

Programada para o Sudeste, onde estão concentrados as grandes reservas de petróleo e gás, as principais refinarias e o maior parque industrial brasileiro, a operação tem caráter estratégico. Dirige-se a um objeto de crescente interesse nacional e mesmo internacional: as riquezas minerais no Atlântico Sul. Ao treinamento militar, soma-se o apoio da universidade no aperfeiçoamento de caminhos para defendê-las e melhor aproveitá-las. 

- Essa discussão deve fazer parte do ambiente acadêmico, pois remete a um tema de importância crescente. Os recursos da chamada Amazônia Azul despertam cobiça. Se internamente já brigamos pela partilha dos royalties, ou seja, por um dinheiro que ainda nem existe, imagine no plano externo. Esses recursos são explorados em alto-mar, longe da costa. A proteção deve ser valorizada e aprimorada - observa César Romero, do Departamento de Comunicação Social e responsável pela parceria entre a PUC-Rio e a Operação Atlântico.

O apoio da universidade ultrapassa a fronteira do debate acadêmico. Equipes coordenadas de estudantes de Jornalismo e de Publicidade vão colaborar com a divulgação da iniciativa. Produzirão, por exemplo, conteúdo para o site da operação.

O encontro desta quinta-feira pretende também reforçar o papel das Forças Armadas na proteção estratégica do país emergente, não mais como participantes da política partidária, como sugere o ranço do regime militar. “O desentendimento que separou a sociedade brasileira deve ser superado. Está na hora de virar essa página”, lembra Romero. 

- A relação entre as Forças Armadas e a população não deve ser excludente. Deve haver uma ponte entre ambas, um maior contato, para propiciar os avanços sociais.

Em setembro do ano passado a Operação Atlântico embarcou mil fuzileiros do Rio para o Espírito Santo. Durante duas semanas, os militares simularam confrontos contra ameaças ao patrimônio mineral brasileiro – em especial na Bacia de Campos, Região Sudeste. Comandantes selecionados pelo Ministério da Defesa exerceram a função de arbitragem: acompanharam os exercícios e avaliaram os procedimentos dos oficiais. A operação contemplou também atividades cívico-sociais, como atendimentos em hospital de campanha, recuperação de escolas, concursos de redação, aulas de primeiros socorros e palestras.