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Rio de Janeiro, 1 de maio de 2024


Mundo

Gordon Brown vai deixar liderança dos trabalhistas

Juliana Oliveto - Do Portal

10/05/2010

 Wikimedia Commons

O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, anunciou nesta segunda-feira, 10/05, que vai deixar a liderança do Partido Trabalhista. Ele assumiu o comando do partido em junho de 2007 e tornou-se premiê dias depois, sucedendo Tony Blair nas duas funções.

Brown não confirmou a data de sua saída, mas deixou claro que não quer permanecer no cargo mais tempo que o necessário para se formar um governo estável após as eleições de quinta-feira, 06/05. Gordon Brown disse também que deseja ver seu sucessor no poder a tempo da convenção do Partido Trabalhista, em setembro, e que não vai apoiar nenhum candidato.

O Partido Liberal-Democrata, de Nick Clegg, procurou, em primeiro lugar, os conservadores, que conquistaram o maior número de votos na eleição britânica, mas não o suficiente para eleger o primeiro-ministro. A tentativa oficial era chegar a um acordo que levasse a uma aliança de governo, mas o partido de Clegg solicitou agora a abertura de negociações com os trabalhistas, ao que Brown respondeu em nome “do interesse nacional”.

– Há no Reino Unido uma maioria progressista e eu acredito que poderia ser do interesse de toda a Grã Bretanha formar um governo de coalizão nessa direção – afirmou em seu pronunciamento.

O discurso de Gordon Brown está sendo visto por especialistas como uma forma de facilitar o caminho para um acordo entre os trabalhistas e os liberais-democratas para formar um governo. Afinal, Nick Clegg já havia anunciado que uma aliança entre os partidos só seria possível se Brown estivesse fora do poder.

Nick Robinson, editor de política da BBC, disse no site da rede que tudo não passa de “uma audaciosa proposta de Brown para manter os trabalhistas no poder – e ele mesmo no poder por um período limitado – e os parlamentares conservadores vão ficar furiosos”.

Vale lembrar que as eleições da última quinta-feira não apontaram o partido do qual sairá o próximo primeiro-ministro britânico, já que nenhum dos três principais concorrentes alcançou os 326 assentos necessários. Caso não se consiga, por meio de coalizão, chegar ao número de cadeiras mínimas necessárias, um novo pleito será convocado ainda este ano.