Numa rotina frenética que começa de manhã cedo e se estende até a madrugada, alguns universitários equilibram uma vida dupla: estudar e criar filhos. Mamadeiras, sono interrompido e livros resumem a rotina dessas jovens que experimentam as alegrias e agruras da maternidade aos 20, como o casal Vítor Fuka e Thatiana Navarro.
A história de Vítor e Thatiana começou na Vila dos Diretórios. Ela estudava história, ele psicologia. “Éramos amigos e acabamos namorando. Ela ficou grávida de gêmeos”, conta Vítor, de 25 anos, formando de psicologia na PUC-Rio. Yuri e Igor, de 2 anos, fazem da Vila dos Diretórios seu parque de diversão. “Trouxemos as crianças para a nossa realidade”, justifica Thatianna, de 24, hoje aluna de psicologia. “Muitos reclamaram no início, achavam que a PUC, especialmente a vila, não era um local apropriado para as crianças. Agora todos aprovam e pararicam as crianças”, orgulha-se a mãe, enquanto tenta controlar os gêmeos. (“Eles não podem ver que estou dando muita atenção a algo que não seja eles, ficam com ciúmes”.)
- Quando não estou com as crianças, muitos professores perguntam onde eles estão. Sentem falta. Todos brincam com os meus filhos, desde funcionários até alunos - ressalta Thatiana - É muito bacana, mas seria melhor se houvesse uma creche no campus - ressalva.
A teóloga Fernanda Motta, funcionária da Pastoral, também conhece a rotina dividida entre livros e fraldas. Quando estudava na PUC-Rio, deu à luz a Letícia, hoje com 2 anos. Ela lembra que a ajuda da mãe foi importante para a superação do desafio de conciliar os deveres da vida acadêmica e da maternidade. “Mesmo com a ajuda da minha mãe, cheguei a cursar apenas uma disciplina por período para conseguir cuidar da bebê", lembra ela, que concluiu o curso em oito anos. "Alguns achavam que eu já era do mestrado".
Já Thatiana trancou o curso de História por um ano, até sentir-se mais segura para viver a dupla jornada. Apesar das dificuldades, Thatiana e Fernanda se dizem realizadas. Felizes por ter conseguido combinar estudo e maternidade. Para a mãe dos gêmeos, o segredo é encarar a situação de frente, “assumir a responsabilidade”.
- Não trocaria uma vida acadêmica "normal" por tudo o que meus filhos trouxeram para mim - emociona-se Thatiana.
Fernanda acompanha:
- Ela (Letícia) é a coisa mais importante da minha vida.
Segundo a DAR (Diretoria de Admissão e Registro), a aluna gestante tem direito a licença de três meses e a fazer trabalhos e provas em casa, como prevê a lei 6.202/75. Após esse período, os casos que excedam a ausência máxima permitida (25% das aulas) deverão ser justificados na própria DAR.
Fernanda e Thatiana, quando grávidas, não precisaram faltar além da conta. "Às vezes eu ficava um pouco fora da sala por não aguentar um cheiro de perfume. Eu também sentia um sono danado. Era difícil ficar acordada em alguma aulas", conta Fernanda. Thatiana lembra com carinho semelhante da época de gravidez no campus:
- Por coincidência, algumas colegas também ficaram grávidas na mesma época. Chegamos a fazer chá de fralda, com participação dos professores.
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