Projeto Comunicar
PUC-Rio

  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram

Rio de Janeiro, 2 de maio de 2024


Campus

Nima apresenta agenda ambiental da PUC-Rio

Bianca Baptista e Camila Grinsztejn - Do Portal

30/04/2010

O Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (Nima) da PUC-Rio organizou no dia 29 de abril, quinta-feira, no Auditório Padre Anchieta, o seminário Construindo uma universidade sustentável. O intuito da série de conferências apresentadas foi divulgar a agenda ambiental da universidade.

Fotos: Camila GrinsztejnForam criadas sete linhas de ação, divididas em diretrizes e metas: biodiversidade, água, energia, atmosfera, materiais, resíduos e educação ambiental. Segundo o coordenador do Nima, professor Luiz Felipe Guanaes, as metas são qualitativas e não quantitativas, ou seja, não são estipulados objetivos numéricos de preservação, mas propostas viáveis e realistas de redução dos impactos ambientais. Além disso, as diretrizes e metas são integradas, de modo a implementar "um sistema ambientalmente saudável e socialmente solidário no espaço físico do campus", como afirma o documento produzido pelo Nima e apresentado no seminário. 

Na abertura, o coordenador da Comissão de Sustentabilidade do Nima, professor Fernando Walcacer, lembrou do Colóquio global de reitores, realizado em Nova York, em 2007, e cujo tema foi "Sustentabilidade nas universidades". Segundo ele, o encontro inspirou a criação de um núcleo desse tipo responsável por desenvolver uma agenda ambiental para a PUC.

 Segundo o professor Walcacer, a universidade deve liderar a formação de uma sociedade onde as questões ambientais estejam inseridas no cotidiano. O desenvolvimento sustentável é um processo de aprendizagem em todas as escalas, que envolve alunos e funcionários. Além disso, há a questão da responsabilidade social e o compromisso de integração. A universidade tem grande potencial de inovação e efeitos multiplicadores de sua atuação.

A proposta da agenda é uma mudança de paradigmas, afirmando a necessidade da construção de um sistema de gestão ambiental. Walcacer alerta para a urgência de acelerar o processo de transição. Devem emergir paradigmas de interdisciplinaridade e o reconhecimento da complexidade do tema.

O seminário contou também com a presença da engenheira Simone Thury e da mestranda em Engenharia Ambiental na PUC-Rio, a arquiteta Patrícia Guedes Gomes. Na apresentação, Simone falou sobre a existência de instituições universitárias sustentáveis, em especial nos Estados Unidos.

 De acordo com a engenheira, os Estados Unidos, conhecido como um país consumista, e que não assinou o Protocolo de Kyoto, apresenta o maior número de universidades sustentáveis do mundo.

– Fico muito feliz com esse resultado nas universidades americanas, porque a mudança da sociedade começa na formação das pessoas – disse.

Em seguida, a arquiteta Patrícia Guedes Gomes apresentou sua tese de doutorado que trata do tema "Produção de resíduos sólidos na PUC-Rio". Segundo ela, a universidade não tinha dados sobre a quantidade de lixo produzido no campus. Dessa forma, sua pesquisa procurou levantar informações sobre o lixo gerado na universidade.

– Para a criação de um plano de gerenciamento dos resíduos sólidos, é necessário o levantamento de um banco de dados, porque só assim as pessoas saberão o que realmente está acontecendo. Não tenho soluções, mas tenho dados de que são produzidas três toneladas de lixo por dia na PUC e sei que isso pode ser reduzido por meio da separação e consequente aproveitamento e reciclagem dos resíduos, afirmou a pesquisadora.

Na segunda parte do seminário, os professores Maria Fernanda Lemos, Tácio de Campos, Fernando Walcacer e o coordenador do Nima, Luiz Felipe Guanaes, discutiram sobre a possibilidade de uma PUC-Rio sustentável e as dificuldades que o próprio Núcleo enfrenta para conscientizar a comunidade acadêmica.

O principal problema levantado foi a “analfabetização ambiental” dos cidadãos. Segundo a professora Maria Fernanda Lemos, assim como as pessoas vão ao supermercado e sabem como economizar dinheiro, elas também deveriam saber como consumir produtos que causam menos impacto ao meio ambiente.

– Deveríamos ter disciplinas obrigatórias, uma mudança na abordagem dos professores de todos os departamentos e ainda o engajamento dos alunos. Talvez assim conseguíssemos alfabetizar pelo menos os estudantes, e os animarem a comprar essa briga – sugeriu.

O professor Tácio de Campos, do Departamento de Engenharia Civil, também pediu mais comprometimento, principalmente, por parte dos alunos, nos projetos de sustentabilidade.

– É fundamental a participação dos alunos. Eles que são as bolas-mestras, precisamos das ideias dos jovens, de suas maluquices – comentou.