Projeto Comunicar
PUC-Rio

  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram

Rio de Janeiro, 27 de julho de 2024


Campus

Ter estilo PUC é um estado de espírito

Francili Costa - Do Portal

03/01/2008

Valorizar a “personalidade estética” das candidatas a fim de fugir da busca incessante pela perfeição física. Essa era a proposta do Estilo PUC, desfile de moda e estilo entre as alunas da PUC-Rio. Promovido por um grupo de três alunos, a passarela montada nos pilotis do prédio Kennedy fez a universidade parar. O que chamou a atenção dos espectadores foi a diversidade: de tye-die a retrô, de galocha a chinelo, teve um pouco de tudo.

O concurso começou bem antes do desfile. Fiz minha inscrição e fiquei entre as 36 candidatas da primeira rodada. A seleção das 20 candidatas que iriam para a passarela foi pela Internet e a votação foi no site do Estilo PUC. Participar de um concurso de moda pode ser mais proveitoso do que se imagina. Por exemplo, você aprende qual é o significado de popularidade. Embora não esperasse ficar entre as finalistas, foi surpreendente a repercussão, entre amigos e até de desconhecidos, do resultado da primeira seleção. Mesmo sem ter chegado à passarela, foi uma experiência rica e “bizarra”.

 Entre as 36 candidatas iniciais havia um pouco de tudo: loira, morena, ruiva e negra. No entanto, foi possível perceber que beleza e estilo não têm raça. Ainda assim, o resultado confirmou os estereótipos do mundo fashion. Loira, magra e bonita, a campeã do concurso, Gabriela Machado, mostrou um visual “hippie futurista”, como ela mesma se define. De fato, seu figurino fugia do lugar-comum das vitrines cariocas. Para Gabriela, ter estilo não é seguir a tendência de moda imposta por grandes grifes, mas construir sua própria identidade. “A composição de um estilo exige o mínimo de dedicação, mas eu não perco muito tempo com isso, eu me divirto. Para mim é uma coisa natural, mas algumas pessoas precisam de treino”, reconhece.

Para os que ficaram encantados com a “miss PUC-Rio”, ela garantiu que não pretende estar nem em revistas, nem em passarelas. Seu desejo é ficar “descabelada em campo”, principalmente se for fazendo o que mais gosta: trabalhar com jornalismo ambiental. Gabriela mostrou ainda que os prêmios não encheram seus olhos ao confessar que faria um bazar com as amigas e doaria o dinheiro arrecadado para alguma instituição social.

Os organizadores Pedro Perdigão, Philippe Perdigão e Pedro Bahia – alunos de Comunicação, Engenharia e Administração, respectivamente – estavam numa mesa de bar quando a idéia surgiu. “A gente percebeu que as meninas sempre vinham produzidas, cada uma com um estilo diferente, e nós só pensamos em oficializar esse ‘ritual’. Nós fizemos reuniões e corremos atrás de patrocinadores, mas não imaginávamos o trabalho que daria”, contou Pedro Perdigão.

Segundo ele, o Estilo PUC 2008 acontecerá em maio e trará novidades. Além da participação feminina, haverá um colírio para as mulheres: a presença de homens na passarela. Eles esperam também fazer uma parceria com o curso de moda na criação de uma coleção outono-inverno para as candidatas.

A repercussão do evento surpreendeu muitas candidatas além de mim. Bruna Zugliani, 19 anos, estudante de Engenharia, disse que ficou surpresa com a dimensão do evento e com sua repercussão até mesmo fora do Brasil. “Eu fiquei sabendo que gente do Canadá votou, gente dos Estados Unidos” Entre as candidatas, Samantha Abu Allá, 19 anos, do curso de Comunicação Social, contou que ficou insegura quando viu as outras participantes. “As meninas são lindas. Você fica logo pensando que não vai ficar nem entre as três finalistas”.

Eu, que não esperava mesmo chegar entre as 20 finalistas, também não esperava escrever sobre o Estilo PUC meu primeiro texto jornalístico em primeira pessoa.