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Rio de Janeiro, 1 de maio de 2024


Cidade

Temporal impõe prejuízo histórico ao comércio

Lucas Soares - Do Portal

08/04/2010

Mauro Pimentel

Estampada na perda de vidas - mais de 200 - e de horizontes, a extensão da tragédia causada pelo maior temporal em 44 anos também é medida pelo prejuízo de rotinas, compromissos, negócios, não raramente irrecuperáveis. Na Gávea, comerciantes calculam o estrago do feriado informal imposto pelo colapso urbano.

José Carlos, estoquista do restaurante Couve-flor, na PUC-Rio, conta que só cinco dos 26 empregados conseguiram chegar à universidade na terça-feira. Panes de energia supenderam as aulas e as atividades de restaurantes e comércios no campus. No edifício Cardeal Leme, funcionários do Mr. Ali passaram o dia entre a limpeza e o cálculo do prejuízo.

– Perdemos bastante, porque, além de não vendermos, parte da mercadoria estragou com a invasão da água – lamentou uma funcionária.

 Mauro Pimentel

Parte da livraria Carga Nobre também ficou alagada. No entanto, segundo o vendedor Aldevino Fernandes, nenhuma mercadoria foi danificada:

– Não abrimos ontem (terça) porque nenhum funcionário conseguiu chegar. Hoje, a mesma coisa. Apenas um terço da equipe veio.

Heloísa Soares, proprietária da banca de jornais do campus, explicou que só abriu na terça-feira devido aos contratos com os fornecedores:  

– Não teve movimento algum por aqui nem ontem, nem hoje (quarta). Só estou esperando o último fornecedor de revistas chegar, para poder fechar.

César Teixeira, proprietário da Padaria Caiçaras, na Marquês de São Vicente, não se lembra de um "um dia tão atípico". Segundo ele, 70% dos empregados não conseguiram chegar e o movimento caiu 40%.  

No Shopping da Gávea, poucas lojas abriram as portas na terça-feira. De cerca de 200 lojas, apenas 5% tiveram expediente normal.

– Cheguei a abrir a loja, mas, diante dos transtornos, resolvi fechar. Para trabalhar mal, prefiro não trabalhar – justifificou Denise Pessanha, gerente de uma ótica.

 Mauro Pimentel

Na quarta-feira, o movimento pelos corredores do shopping ainda continuava tímido. Rosana Sanchez, gerente de uma livraria, reclamava das vendas "fracas". Em meio aos prejuízos predominantes, Aline da Silva, funcionária de uma locadora de filmes na rua Marquês de São Vicente, comemorava o movimento acima do esperado:

– Numa terça-feira normal, emprestamos cerca de duzentos filmes. Como boa parte das pessoas ficou em casa, registramos 500 locações – conta Aline. Ela teve de trabalhar dobrado para substituir os colegas impedidos pela chuva de chegar ao trabalho.