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Rio de Janeiro, 23 de abril de 2024


Saúde

Zona Sul: vacinação contra gripe tem procura reduzida

Bruno Alfano - Do Portal

26/03/2010

Fotos: Mauro Pimentel

Iniciada no começo da semana, a segunda etapa da vacinação contra a gripe causada pelo vírus H1N1 recebeu um público menor do que o previsto. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, das 20.000 pessoas esperadas nos postos da 6ª Região Administrativa (Gávea, São Conrado, Lagoa, Leblon, Ipanema, Rocinha e Vidigal), só 4.000 foram vacinados nestes quatro dias. O responsável pelo serviço de medicina ocupacional da PUC-Rio, Álvaro Martins, acredita que os cariocas possam estar com "um certo medo" – infundado – da vacina. O médico conta que recebe pacientes em sua clínica atrás de mais informações:

– As pessoas estão mal informadas e com medo de tomar a vacina. Tem muita gente vindo ao meu consultório perguntar sobre a segurança. Percebo a necessecidade de Ministério da Saúde explicar melhor na  mídia que só pessoas com alergia a ovo não podem tomá-la. É importante que fique claro: não existe outra contra-indicação. Não há risco.

Enquanto Martins associa a baixa procura pela vacina à suposta carência de informações, a coordenadora de epidemiologia do Centro de Saúde Píndaro Rodrigues (Gávea), Andréa Azeredo, vê uma causa cultural: o hábito de deixar para a última hora. Responsável pela distribuição das vacinas na região, a médica prevê que "ao longo dos dias o número de pessoas aumentará": 

– Eu esperava mais filas. Reconheço que tem vindo pouca gente, mas no final da campanha deve crescer a procura. As pessoas deixam sempre para o final nessas campanhas grandes.

Nesta segunda etapa de vacinação contra a gripe H1N1, o grupo atendido é formado por gestantes, crianças entre 6 meses e 2 anos e pessoas de até 60 anos com doenças crônicas relacionadas a pulmão, coração, fígado, rins, obesidade e diabetes. Estima-se que 111 mil pessoas serão vacinados na 6ª Região Administrativa. O maior grupo, de adultos entre 20 a 29 anos, é composto por 72 mil pessoas – número superior às 71 mil vacinas aplicadas até agora na cidade.

Se essa demanda aderir plenamente à campanha, grandes filas serão inevitáveis. Por isso, Andréa recomenda o período da tarde, com momento tradicionalmente menor. Os centros de saúde estarão abertos de segunda a sexta, das 8h às 17h.

– À tarde, normalmente, é mais tranquilo. A principal recomendação é evitar o horário de almoço, quando há rodízio de funcionários. No sábado, dia 10 de abril, excepcionalmente, também haverá vacinação – informa a médica.

A vacina não evita a doença, mas torna os sintomas mais brandos e a chance de complicação, menor. É distribuída gratuitamente para grupos de cidadãos. Os profissionais de saúde e os indígenas foram os primeiros a receber a dose. Nas etapas seguintes, adultos de 20 a 39 anos serão atendidos, em dois grupos: os de 20 a 29 anos receberão a dose entre os dias 5 e 23 de abril; e as pessoas de 30 a 39 anos, entre 10 de maio e 21 de maio. Os idosos receberão a vacina do H1N1 entre os dias 24 de abril e 7 de maio, concomitantemente com a Campanha Nacional de Vacinação do Idoso contra a gripe comum.