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Rio de Janeiro, 6 de maio de 2024


Campus

Sugestões para a infância não passar em branco

Lais Botelho - Do Portal

24/03/2010

 Mauro Pimentel

Em um cenário dominado pela tecnologia, a presença dos pais é cada vez mais importante para o processo evolutivo das crianças. O alerta dominou as discussões na Jornada Educação Século XXI, nesta terça-feira. Reunidos no auditório do RDC, o desenhista Daniel Azulay, a escritora Lúcia Fidalgo e a compositora Bia Bedran apontaram os desafios da educação infantil. Para eles, a invasão dos jogos eletrônicos "tanto nas casas como nas mentes" faz a criança viver mais o "irreal do que o real" e assim esquecer o que é brincar.

A criança não tem limites. É triste ver que muitas vezes ela não tem noção de quem é e onde está. A realidade se mistura com ficção e não há nenhum mediador para frear isso. Os pais devem passar valores e não terceirizar seus filhos  advertiu Azulay Democratizou-se a informação e com isso o lixo do mundo veio à tona. De forma compactada e devastadora. 

Com um conteúdo vasto, colorido, interativo e sedutor, as diversas mídias atraem para seu universo as crianças, sem necessariamente a preocupação de formar e informar. Assim, o adulto deve ajudar a construir o olhar dos pequenos, obsevou Lúcia Fidalgo. Deve ajudá-los a buscar qualidade e "não serem coniventes com o vício do copiar e colar".

 Mauro Pimentel

Estímulo. Para Bia Bedran, esta é a palavra-chave para que o fascínio do mundo virtual não represente a perda da infância. Ela reforçou a importância do adulto na abertura dos horizontes infantis e no melhor aproveitamento do "suporte das artes". Levar a criança ao parque, à livraria, mantê-la em contato regular com a natureza, sugeriu a escritora. A leitura em livros, segundo Bia, é a melhor forma de assimilar o conteúdo.

Os livros levam à reflexão e ao sonho, enquanto as informações da mídia, com o tempo, são esquecidas. Não há retenção, o conteúdo é descartável argumentou ela à plateia formada, principalmente, por profissionais de educação infantil.

Daniel acredita no potencial dos desenhos. Por meio deles, a criança conta suas histórias, abre-se para o mundo, vive um universo de representações favorável ao desenvolvimento intelectual e à formação do ser humano:

Criança que desenha não passa a infância em branco. Preencher esta fase mais rica da vida com arte representa mais acesso ao sonho e ao mundo da fantasia.