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Rio de Janeiro, 23 de abril de 2024


Cidade

Prêmio a ex-aluno simboliza fé num mundo melhor

Evandro Lima Rodrigues - Do Portal

22/03/2010

 Arquivo Pessoal

“Um jovem que queria transformar o mundo pela educação”. Assim Maria de Fátima definiu o filho Gabriel Buchmann, morto no Malauí em 2009. O economista e ex-aluno da PUC-Rio foi uma das 18 personalidades brasileiras destacadas com o 7º Prêmio Faz a Diferença, do Globo. Concedido também ao diplomata Luiz Carlos da Costa, morto no terremoto do Haiti, o prêmio na categoria mundo reconheceu a importância das ações de Gabriel no combate à pobreza. Ele já havia sido homenageado numa trilha da Pedra da Gávea que leva o seu nome.

A premiação contempla brasileiros que se destacaram na busca por um país melhor em diversas áreas. Para Maria de Fátima, o reconhecimento do trabalho de Gabriel é o resultado de "uma semente que está germinando":

– É a divulgação dos ideais e das realizações dele. Mostra que as pessoas podem usar seus ensinamentos, seu exemplo, na busca por um mundo melhor.

Segundo ela, o filho era grande amante da natureza. Preocupava-se sistematicamente com a  preservação do meio ambiente. Este esforço foi reconhecido de maneira simbólica no dia 27 de fevereiro, quando uma trilha de acesso à Pedra da Gávea foi batizada com o seu nome.

Gabriel Buchmann preparava-se para começar doutorado na Universidade da Califórnia (UCLA) quando um acidente trágico interrompeu seus planos. Ele foi encontrado morto por hipotermia no Monte Mulanje, região centro-sul da África. O jovem que viajou por 60 países da Ásia, Oriente Médio e África tinha o objetivo conhecer de perto a vida desses povos. Maria de Fátima lembra que o filho queria usar sua inteligência e seus conhecimentos "em benefício do ser humano":

– Suas viagens serviam para conhecer os problemas reais do mundo. Ele juntou uma mente brilhante a um coração muito grande e colocou isso em prática.

O amigo de profissão Rafael Amaral ressaltou a importância da divisão do prêmio com o diplomata Luiz Carlos da Costa, vítima do terremoto que devastou o Haiti em fevereiro.

– Dividi-lo com um diplomata que trabalhou a serviço da ONU em 40 anos, carimba de vez a trajetória de vida do Gabiruba (Gabriel) com o selo "fez história". É um reconhecimento da sociedade por alguém que lutou por ela.

Gabriel cursou Economia e fez mestrado em Relações Internacionais na PUC-Rio. Seu doutorado seria em Economia da Pobreza. Segundo o amigo Felipe Diógenes, o trabalho humanitário era uma das paixões da vida do jovem.

– Ele se engajou nesse trabalho pela beleza de ajudar outras pessoas. O prêmio é bom para chamar a atenção para uma história de vida muito interessante. Serve para mostrar a outros jovens que é possível viver de forma intensa e bonita – observa.