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Rio de Janeiro, 2 de maio de 2024


Campus

De churrasquinho à comida biochip, um campus de delícias

Evandro Lima Rodrigues - Do Portal

17/05/2010

Mauro Pimentel

Vai um churrasquinho? O convite constante a quem chega ao portão principal da PUC-Rio é uma das muitas opções gastronômicas na universidade. Para os adeptos de massa, espaguete; para os fãs de  salgadinho, empada de frango; para os vegetarianos, comida biochip; para os econômicos, pratos a R$ 5. Do bandejão às especialidades árabes e japonesas, opções para diversos paladares e orçamentos se estendem aos arredores, como os tradicionais Seu Pires e a Padaria.

Treze espaços gastronômicos estão oficialmente registrados na prefeitura da PUC-Rio. Alguns deles ficam estrategicamente conjugados. Lado a lado, representam uma espécie de 3 em 1, com especialidades e ambientes que se completam. Por exemplo, o vegetariano Na Medida dispõe de saladas para o almoço. Sua extensão, o Yogo Cream, reúne uma variedade de sorvetes que podem ser acompanhados pelo “Cookizão” do Eruditos Café, o terceiro espaço vizinho. No Pilotis do Kennedy, o modelo 3 em 1 se reproduz com a lanchonete FastWay e suas extensões JapaWay (comida japonesa) e Sorveteria. Para Ali Ahmad, proprietário do Mr. Ali, essa convergência resulta da maior exigência dos clientes. Ele aderiu à ideia e acrescentou mais um espaço à sua cafeteria. Passou a oferecer, biscoitos, bombons, balas.

 Mauro Pimentel

Quem chega cedo ao campus pode optar, por exemplo, pelo café com pão e manteiga servido na Asssociação de Funcionários (R$ 1,60 para associados e R$ 2 para não-associados). Os 30 primeiros funcionários que forem à lanchonete não pagam. Atento às promoções, Jair Fernandes, funcionário do laboratório de Engenharia, bebe seu cafezinho na Casa da Empada de olho no brinde:

– A cada cafezinho, ganho um biscoito. Não é algo excepcional, mas nós sempre gostamos de promoção.

Outra opção barata é o Bandejão, que está em reforma . Os alunos pagam R$ 5 pelo prato, mais refresco e sobremesa. Além da especialidade do dia, são oferecidas duas alternativas: dieta e carne assada. Os pratos predominantes são filé suíno, assado de panela e bife rolê. Carne, aliás, faz parte do cardápio diário de praticamente todos os restaurantes do campus. No Gourmet, por exemplo, bife à milanesa e filé grelhado se revezam entre as estrelas do menu.

Administrado por Rogério Marangone há três décadas, o restaurante caracteriza-se pela múltipla escolha. Variedades como estrogonofe e bolonhesa de soja estão entre os mais pedidos. Mas para Jackeline Silva, aluna de Psicologia, o pão de queijo e presunto é insuperável. O salgado se tornou tão popular que foi homenageado na formatura de uma turma de Informática, há 20 anos.

– É uma receita de família – orgulha-se o empresário –  Leva trigo, leite e, é claro, queijo e presunto.

Outra novidade é a adaptação do “célebre” pão de queijo e presunto do Gourmet. A pedido dos clientes, pode-se apreciá-lo com recheios de frango com queijo e peito de peru (R$ 3,50). A carne da ave não foi só uma exigência dos clientes do Gourmet. A Barraca da Loira, como é conhecida o quiosque em frente ao portão principal, também aderiu às mudanças do mercado. Denise Martins de Souza, a "loira", passou a vender sanduiche natural recheado de peito de peru (R$ 3).

O nome poderia sugerir uma variedade de saladas: Couve-flor. De fato, a multiplicidade existe, são mais de 30 tipos. No entanto, o título não revela muito do restaurante que tem uma filial no Mosteiro de São Bento e desde 2000 chegou à PUC. Basta consultar o cardápio para saber que as opções vão muito além das saladas. O bacalhau “à moda do chefe” com ingredientes que misturam ovos, batata palha e queijo é uma delas. Uma preferência da temporada, o prato divide as atenções com um bem mais simples e tipicamente brasileiro: a tapioca. Diferentes nos ingredientes, os pratos tem em comum, a forma como chegaram ao atendimento self-service (R$ 37,50 quilo) do restaurante.

– Estamos constantemente viajando e de cada lugar trazemos uma novidade. A tapioca veio de uma viagem recente à Pernambuco – conta a proprietária Severina Marques.

Pilotis de gostos milenares

Diferentes nos sabores, Japa Way e Mr. Ali unem-se na referência a tradições milenares. Shitake, sushi e kappamaki são alguns dos pratos japoneses ao alcande dos pilotis. Variam de R$ 7 (kappamaki) a R$ 28 (combinado especial, com arroz, atum, katsura e pepino). Há três anos nos pilotis do Leme, o Mr Ali, combina pratos brasileiros com especialidades árabes. O quibe inventado por Ali Ahmad ganhou uma versão vegetariana (R$ 3,50): a carne, ingrediente principal, foi substituída pela soja.

Comida com nome de computador

Na era da informática a comida ganha nome de peça de computador: chip. Ou melhor, biochip. As semelhanças, no entanto, vão além, explica a professora Ana Branco:

– Todos os alimentos têm chip vivo de informação. Como se fosse um outro software dentro do seu hardware, que é o corpo. Você aprende a se conectar com a terra a partir dos chips vivos dos alimentos.

Todas as quinta-feiras, no bosque da PUC, a professora faz exposições de pratos, com direiro a degustação de pequenas porções. Incomuns à primeira vista, doces servidos em folhas de árvores e “suco de luz do sol” tem ganhado mais adeptos. Lais Botelho, aluna de Comunicação, não perde uma exposição

– Na primeira vez, provei de tudo. O interessante na exposição é que os alimentos têm de ser oferecidos, você não pode sair pegando – conta Laís.

 Mauro Pimentel

Não só de pães, massas e carnes vivem os restaurantes do campus. O bar Nossa Senhora do Carmo, por exemplo – conhecido como Bar das Freiras por ser administrado pelas irmãs Carmelitas Servas dos Pobres –, também vende solidariedade. A renda com sanduíches, doces e refeições é revertida para trabalhos sociais. A causa nobre determinou a preferência da estudante Joanna Cordeiro, que costuma almoçar lá. A refeição (R$ 9,50) leva arroz, feijão, salada, farofa e um acompanhamento que muda de acordo com o dia da semana: frango, estrogonofe ou carne.

Já Amanda Alves prefere outra uma alternativa fora do campus: a Padaria, na Marquês de São Vicente. Apesar do nome específico, soma aos artigos de padaria um cardápio variado. Para a aluna de Engenharia Química, a particularidade está nas refeições:

– Gosto do jeito caseiro dos pratos – comenta Amanda.

Para a estudante Natália Guinett, a especialidade do Seu Pires, outra opção tradicional no entorno da universidade, é o ambiente. O clima de confraternização faz a diferença, diz ela. O restaurante serve refeições, mas as bebidas comandam o consumo.