O 4° Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) terminou, no último sábado, com a confirmação da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, como pré-candidata às eleições presidenciais de 2010. O PT também sugeriu estratégias eleitorais para a campanha e diretrizes para o novo governo, caso Dilma seja eleita, em um documento chamado de "A grande transformação".
Segundo o coordenador de graduação do Departamento de Ciências Sociais e Política da PUC-Rio, Ricardo Ismael, o congresso rendeu o esperado:
– A intenção do congresso foi dar visibilidade à pré-candidatura da ministra Dilma Rousseff e mostrar um PT unido. O evento serviu para ela aparecer. Dilma conseguiu espaço na mídia com duas grandes revistas semanais, por exemplo, com fotos dela na capa – analisou o cientista político. – A grande dúvida é se o partido está realmente entusiasmado com a candidatura, pois, como ela não tem experiência como candidata, precisa do apoio de muita gente do partido. Só no decorrer da campanha veremos se o PT está mesmo unido – completou.
Para conseguir essa união a candidata assume posições mais à esquerda do que o presidente Lula. No entanto, segundo o professor Ricardo Ismael, a posição ideológica interessa mais a setores do partido do que ao público eleitor.
– Aparentemente, a ministra Dilma Rousseff assume posições mais à esquerda do que o presidente Lula, principalmente se ela avançar no Programa Nacional de Direitos Humanos, em que é coordenadora. Entretanto, essa é uma posição que interessa mais a setores do partido, pois o público está pouco interessado nessa questão teórica e não é isso que definirá seu apoio.
Para os eleitores, a ministra procurou ressaltar o caráter de continuidade do seu plano de governo em relação ao do presidente Lula quando, em discurso, declarou que manterá o tripé da atual política econômica: equilíbrio fiscal, controle da inflação e o câmbio flutuante.
– Na minha opinião, a posição ideológica da ministra é um ponto que nem vai entrar no programa político – afirmou Ismael.
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