Foi anunciada oficialmente na segunda-feira (8/02) a coligação estadual que reúne o Partido Verde (PV), o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), o Democratas (DEM) e o Partido Popular Socialista (PPS) para apoiar a candidatura do deputado Fernando Gabeira (PV) ao governo do Estado. Gabeira concorreu em 2008 à Prefeitura da cidade, e chegou ao segundo turno da eleição, mas não conseguiu a maioria dos votos para se eleger.
Professor do Departamento de Sociologia e Política, Vladimyr Lombardo acredita que o candidato precisa ampliar seu eleitorado se quiser vencer a disputa.
– Na última eleição ficou claro que o Gabeira tem o perfil da Zona Sul, seus eleitores estão concentrados nessa área. O que ele precisa é fazer sua mensagem chegar às regiões em que tem poucos eleitores.
Lombardo reafirma que é importante o deputado reconstruir sua imagem e seu discurso, pois o usado em 2008 falava à classe média e deixava de atingir as outras classes. Na questão da aliança política, acredita que ela será importante por causa do provável apoio dos prefeitos coligados.
– Duas coisas devem acontecer simultaneamente: o apoio dos prefeitos para apresentar o candidato, até então desconhecido, para sua cidade, bem como um plano de governo com uma linguagem que possa ser assimilada facilmente.
O perigo dessa mudança é que, se for radical demais, pode acabar levando o deputado a perder os eleitores que já tem. Além disso, a possível candidatura do presidente regional do Partido da República e ex-governador Anthony Garotinho torna-se mais um obstáculo para Gabeira.
– O Garotinho é muito forte no interior e tem um histórico grande com esse eleitorado. O problema dele é o centro, ao contrário do Gabeira.
Enquanto isso, Cesar Maia (DEM), lançou sua candidatura ao Senado pela coligação. Mesmo com denúncias – até hoje nos jornais – contra seu governo, como, por exemplo, o caso da Cidade da Música, o ex-prefeito ainda possui eleitorado. Mas será necessário um trabalho forte de recuperação dos eleitores perdidos e da conquista de novos.
– Cesar Maia gosta de se basear em pesquisas para tomar suas decisões. Se não houver chance numérica, ele não vai se candidatar.
O professor Vladimyr Lombardo ainda levanta a hipótese de a candidatura ser uma estratégia de resposta às acusações de corrupção, dando sua versão dos fatos. O horário eleitoral gratuito seria uma forma de manter seu nome na cabeça dos eleitores visando, talvez, a eleições futuras.
– Quando um político sai do cargo, perde a visibilidade, os eleitores acabam esquecendo dele, o que dá margem ao surgimento de novas lideranças – conclui.
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