O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deu início esta semana à campanha presidencial do PSDB. No último domingo (7/02), o ex-presidente, em sua coluna semanal em dois jornais brasileiros, atacou o presidente Lula e afirmou que “a estratégia do petismo-lulista é simples: desconstruir o inimigo principal, o PSDB e FHC. (...) Negando o que de bom foi feito”. Dilma Rousseff, ministra da Casa Civil e provável candidata petista retrucou: “Não estou desmerecendo ninguém. Estou dizendo que nosso caminho é melhor”. FHC, em entrevista, revidou dizendo que Dilma é um “boneco” e Lula é seu “ventríloquo”. Quem também interferiu foi o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha: “Dilma tem papel de protagonista no governo do presidente Lula”. José Serra, possível candidato à Presidência pelo PSDB, por sua vez, preferiu o silêncio.
No artigo intitulado “Sem medo do passado”, FHC expôs dados que apontam a relevância de seus dois mandatos na administração do país em comparação com os anos de Lula no governo. O texto, que desencadeou uma série de comentários por parte de líderes do Partido dos Trabalhadores, foi recebido como o início da campanha tucana para as eleições presidenciais deste ano.
Para o coordenador do Centro de Ciências Políticas da PUC-Rio, Paulo d’Avila Filho, as declarações de FHC são válidas no momento atual em que não se percebe muita movimentação por parte do PSDB quanto a seu candidato.
– Ele está trazendo uma visibilidade ao seu partido, demonstrando participação. Alguém tem que fazer. O FHC assumiu esse papel - afirmou o especialista.
Outro ponto relevante apontado pelo especialista é o contorno que a disputa parece adquirir com a comparação dos dois governos, o que vai permitir ao eleitor avaliar o que já foi feito e tirar suas conclusões. Paulo d’Avila acrescenta que se por um lado será bom para o eleitor, por outro, para o candidato do PSDB, a comparação pode não ser favorável.
– Ao contrário do que assegura Fernando Henrique, é preciso ficar temeroso. Os números de sua administração não terão força num embate com a administração “lulista” – afirma.
Paulo d’Avila fala ainda sobre outro número que favorece a campanha da ministra Dilma: a positiva avaliação do segundo mandato do presidente Lula, um fato que, segundo ele, não se verifica em toda a história do país.
– É um trunfo que provavelmente o Lula usará. E não sei por que ainda não usou.
Com um governo bem analisado por pesquisas de opinião e com o crescimento das intenções de voto à Dilma Rousseff, a oposição terá muito trabalho pela frente para construir um discurso que se apresente como alternativo, avalia Paulo d’Avila.
E nesse embate em que os dois partidos começam a expor suas armas, o virtual candidato tucano, José Serra, ainda opta por se preservar. A postura de não se envolver diretamente até o momento na campanha inspira atenção, adverte d’Avila:
– Serra deve está se perguntando se realmente há chances de concorrer e sair vitorioso. Quando na campanha pelo governo do estado de São Paulo essa dúvida não existiria.
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