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Rio de Janeiro, 5 de maio de 2024


Campus

Língua portuguesa no roteiro de centenas de estudantes

Bruno Alfano - Do Portal

12/01/2010

Mauro Pimentel

Praias, Corcovado, Pão de Açúcar, diversidade cultural. Aos atrativos de praxe, que atraem milhares de estrangeiros por ano ao Rio, soma-se o idioma. Dispostos a conquistar novas perspectivas acadêmicas e profissionais, estudantes incluem no roteiro o aprendizado da língua portuguesa, sexta mais falada no mundo. Assim indica a babel de sotaques que corta os pilotis esvaziados de janeiro, vozes unidas pelo curso intensivo de português

Oferecido na PUC-Rio desde 1991, o curso dura um mês e recebe jovens com motivações variadas. Desde aqueles interessados no português para melhor aproveitar o intercâmbio na universidade quanto os que pretendem usá-lo para facilitar o acesso a oportunidades profissionais. A japonesa Chiharu Yoguchi, aluna da Universidade de Osaka, no Japão, tem um objetivo bem planejado: representar empresas japonesas nos países latino-americanos. “É muito difícil arrumar emprego no Japão. Para trabalhar na América Latina, preciso, além do espanhol, aprender o português”, justifica.

A japonesa já estudou no México, nos Estados Unidos e no Canadá. Ela conta que relutou para incluir o Brasil no roteiro de intercâmbios: “Não conhecia quase nada do Brasil. Depois que vi alguns filmes sobre o país fiquei assustada. Cheguei a pensar em desistir”, conta, referindo-se ao estigma de insegurança. 

Há seis dias no Rio, Chiharu começa a desfazer a má impressão. Surpreendeu-se, por exemplo, ao constatar que a culinária oriental faz sucesso: “Fiquei feliz em saber que no Brasil a comida japonesa é valorizada. Tem sushi no campus da PUC. Só estranho um pouco o fato de o prato tradicional ser misturado com frutas, mas achei isso muito original”.

Enquanto Chiharu Yoguchi resolveu aprender português por necessidade profissional, a americana Marta Tartar interessou-se pela temporada na PUC para satisfazer um desejo pessoal. Nascida na Pensilvânia, EUA, a estudante de linguística portuguesa procurou o curso por causa da mãe, natural de Portugal. O forte sotaque lusitano é característico na estudante, que chega ao Brasil para conhecer o modo do brasileiro de falar português. Com 20 anos, ela pretende também conhecer melhor a cultura brasileira: “O Brasil é um mundo novo. É como se eu entrasse nos filmes que vi sobre o Rio de Janeiro”.

Mauro Pimentel 

Há seis meses no Brasil, Marta se diz preparada para andar sozinha pelas ruas do Rio: “Não tenho mais medo, mas tomo precauções, como andar com pouco dinheiro e sem coisas de valor. Fico sempre atenta. Mas o Rio não é tão violento quanto dizem”.

A estudante, que jogava rugby nos EUA, alegrou-se ao ver um time feminino treinando nas areias do Leblon: “Quero jogar com elas. Além disso, quero aprender a capoeira”, planeja.

Segundo a coordenadora de intercâmbio dos alunos internacionais, Linda Souza, o curso intensivo de português recebe estudantes de diversos países, como EUA, Japão, China, Dinamarca, Noruega. O programa, em atividade desde 1991, dura um mês e recebe cerca de 150 alunos por semestre.