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Rio de Janeiro, 5 de maio de 2024


Campus

Especialista aponta perda de privacidade na internet

Bruna Smith - Do Portal

10/11/2009

 Lucas Landau “Grampear telefone é crime, uma violação à privacidade. Mas, na internet, pessoas e empresas fazem isso o tempo todo”. Assim o professor Carlos Afonso, diretor de desenvolvimento da Rede de Informações para o Terceiro Setor (RITS) expressou, em palestra na PUC-Rio, sua preocupação sobre a perda de privacidade na internet. O ex-membro do Comitê Gestor da Internet no Brasil e ex-diretor do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) criticou "a vulnerabilidade dos cidadãos a mecanismos da internet" e apontou caminhos para amenizá-la.

Para que uma máquina se conecte à rede, precisa de um endereço, o IP (Internet Protocol), controlado por entidades civis. Segundo Carlos Afonso, o “ponto de troca de tráfego entre os provedores propicia uma melhor eficiência do fluxo de conteúdo, mas cria brechas para a vulnerabilidade”:

– Sites como Google e Twitter parasitam conteúdo alheio para fazer propaganda. Eles têm tudo registrado e armazenado – opinou o professor.

Com o objetivo de coordenar e integrar os serviços de internet no Brasil, foi criado em 1995 o Comitê Gestor da Internet (CGI), formado por representantes do governo, da comunidade acadêmica, da iniciativa privada e do terceiro setor. O especialista ressaltou a importância do comitê:

– A governança da internet deve ser exercida de forma transparente, multilateral e democrática, com a participação de vários setores da sociedade. O acesso à internet também deve ser universal, para o desenvolvimento social e humano, de modo que se construa uma sociedade inclusiva e não discriminatória. Esses são os princípios do CGI que devem ser colocados em prática.

O professor propôs a criação de um organismo regulador, com o apoio do CGI, para realizar pesquisas voltadas, por exemplo, ao desenvolvimento dos mecanismos de segurança na internet. A iniciativa, acrescentou ele, também daria suporte técnico à Polícia Federal no combate a crimes na rede.