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Rio de Janeiro, 27 de julho de 2024


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Queda do Muro de Berlim em debate

Luísa Sandes - Do Portal

08/10/2009

Há vinte anos, a queda do Muro de Berlim trouxe novos desafios para os alemães, como superar a divisão interna do povo, o desemprego, problemas econômicos e psicológicos. O processo de reunificação entre as repúblicas ocidental e oriental demandou tempo, pois a sociedade se deparou com a dificuldade de se relacionar e de encontrar uma identidade nacional em comum.

– Pouco antes da queda, eu estava em Nova Iorque e encontrei colegas da parte oriental. As roupas deles eram formais e fora de moda, enquanto na parte ocidental escutávamos jazz e falávamos inglês – relembrou o cônsul geral da Alemanha no Rio de Janeiro, Hermann Erath, em palestra organizada pelo Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio, na quarta-feira, 7.

No colóquio A queda do Muro de Berlim foram abordadas questões como a relação com outros países depois da reunificação e a integração monetária da Alemanha. Esse processo proporcionou a transferência de capital para o leste do território, mas culminou na quebra de empresas locais, incapazes de concorrer com a indústria ocidental.

– As dívidas do leste tiveram que ser assumidas pelos capitalistas – explica.

Um novo capítulo foi aberto após a queda do muro. Com a liberdade de circulação que permitiu aos alemães viajar para ambos os lados, possibilitou-se o reencontro de parentes. Desde essa época, é possível perceber que o nacionalismo no país não é exagerado como na época das guerras mundiais. O sentimento foi suavizado e reduzido.

Além de diferenciar as ideologias de quem vivia na parte ocidental e na oriental, Erath analisou a divergência de concepção entre gerações em relação a esse período.

– As novas gerações não viveram e foram confrontadas com a Guerra Fria. Por isso elas não têm o grau de identificação que temos – diz.

De acordo com ele, as mudanças geradas pela queda do muro foram difíceis para parte da população que se identificava com o comunismo. A transição para o capitalismo fez com que se modificasse a dinâmica de áreas como a saúde e a educação, por exemplo.

O professor do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio Kai Michael Kenkel, mediador da palestra, considera importante que os estudantes tenham a chance de interagir com um especialista em política interna.

– É sempre uma oportunidade para terem contato com o mundo real – acredita.