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Rio de Janeiro, 27 de abril de 2024


País

Tecnologia cerca o jovem. Para o bem e para o mal

Lucas Landau - Do Portal

14/10/2009

Afeto, conexões (rede de relacionamento), intimidade, simplicidade, mobilidade e liberdade são as seis marcas do comportamento identificadas na pesquisa feita pelo Núcleo Jovem Abril entre julho e outubro de 2008. Apresentado a alunos da PUC-Rio pelo analista de marketing publicitário do núcleo, Victor Silva, o estudo compõe um retrato atual dos jovens. Mostra, por exemplo, que estão cada vez mais dependentes da tecnologia. Por outro lado, exploram melhor os avanços tecnológicos na caminhada social e profissional.

 

O publicitário de 22 anos comandou o levantamento realizado pela equipe de marketing, cujos 15 integrantes têm de 18 a 30 anos. Entrevistaram jovens de 13 a 24 anos, para montar uma radiografia do comportamento desse público. O afeto lidera a lista dos aspectos ("crenças") mais valorizados pelos consumidores jovens. Indica que a mãe é a figura mais importante para os adolescentes. Para surpresa até dos elaboradores da pesquisa, os irmãos ficaram em segundo lugar e a imagem do pai, em terceiro.

 

A casa, especificamente o quarto, é o lugar preferido "para ficar". Ali recebem mais mídia diretamente: passam oito horas diárias, em média, dedicados aos principais meios: internet (3 horas e 40 minutos), TV (2h5m), rádio (1h27m), revista (37m) e jornal (25m).

 

Saindo do quarto, os jovens preferem ir para cinemas e shoppings. De um lugar fechado para outro lugar fechado, mesmo se há opções interessantes de lazer ao ar livre, como  praias, rios, parques. A cidade é um grande paradoxo para esse público: valoriza a riqueza de conexões, mas se irrita com a "poluição" de anúncios.

 

Quando o jovem sai de casa sem um gadget (aparelhos móveis práticos do cotidiano), sente-se nu, aponta a pesquisa. Os principais “brinquedos” são o celular, o MP3 e a câmera digital. No caso do celular, as principais funções usadas pelo adolescente são: relógio, despertador, 

tocador de música, câmera fotográfica, nesta ordem. Fazer ligações vem por último. Esses dispositivos dão ao jovem a sensação de poder e criam, consequentemente, uma relação de dependência.

 

Segundo o levantamento do Núcleo Jovem Abril, as formas de publicidade que mais irritam os jovens são os pop-ups (as janelas que abrem automaticamente nos sites). As que mais fazem sucesso, "os eventos promovidos pelas empresas".

 

E a publicidade há de estar junto nessa caminhada. Mas não de forma incômoda e sim de criativa e que cative o público. Que, por mais que seja jovem, é muito exigente.