A ideia surgiu em São Paulo quando o cineasta Marcelo Mazagão produziu um vídeo de um minuto. O Festival do Minuto ganhou o país e se democratizou: qualquer um pode participar. Como o publicitário e ex-aluno da PUC-Rio Faustus Gomes, que conquistou o prêmio de Melhor Filme do Rio de Janeiro, com Travessia. As premiações foram entregues nesta quarta-feira, 30 de outubro, na sala 102k da Ala Kennedy, pelo curador Vinícius Nascimento.

Formado em Comunicação Social, Vinicius tem a responsabilidade de dar notas a filmes do estado do Rio. Ele explica a importância da iniciativa: 

– O festival permite que as pessoas mostrem a cara. Incentiva aqueles que não têm ou ainda não tiveram oportunidade de mostrar seu trabalho. A maioria não possui recursos para produzir filmes de alta resolução, por exemplo, e editam vídeos em casa.

Guardadas as proporçõesm, foi o caso de Faustus. O premiado Travessia nasceu despretensioso, da vontade de guardar lembranças dos avós. O filme mostra, com sensibilidade, uma parte do dia a dia da família: a avó passando batom, o avô a empurrando na cadeira de rodas até chegarem na sala para assistir televisão.

– Eu não esperava ganhar o prêmio. Fiz um vídeo dos meus avós para guardar de lembrança e resolvi mandar para o Festival. Meu avô morreu logo depois da filmagem, então esse prêmio é muito significativo para mim – conta Faustus.

Já o vídeo Tutti é Quitute, ganhador da Menção Honrosa, foi produzido pelo músico e escritor Raul de Barros Júnior. Autodidata, Raul costuma enviar muitos filmes para o Festival, como Atracado com a Catraca:

– O cinema sempre esteve perto de mim. Procuro fazer filmes com textos concisos e diretos, com uma pitada de humor. Para fazer Tutti é Quitute, me inspirei num gênero do Nordeste chamado “poesia do absurdo” e brinquei com jogo de palavras, como “massa falida e farinha de intriga”.

O prêmio de Melhor do Brasil é concedido anualmente; e o de Melhor do Estado, mensalmente. Rendem até R$ 1.000 aos contemplados. As inscrições podem ser feitas no site do festival.