A tarefa de preservar, guardar e divulgar acervos documentais e a memória cultural do Brasil foi discutida nesta quarta-feira, 30 de setembro, no seminário Música Popular, Literatura e Memória. Os palestrantes da mesa-redonda Música e Acervo destacaram a importância de registrar o passado dentro da multiplicidade de materiais e suportes existentes. São variados os formatos: sonoro, visual, textual ou até mesmo tridimensional, no caso de objetos pessoais ou profissionais.
O encontro, mediado pelo compositor, contista e ensaísta Fred Góes, contou com a participação da compositora e instrumentista Bia Paes Leme, da presidente do Museu da Imagem e do Som, Rosa Maria Barboza de Araújo, e do jornalista e colunista musical Tárik de Souza. Para eles, o papel representado pelos colecionadores é primordial no exercício da preservação cultural.
– Não há interesse nenhum por trás dos colecionadores, a não ser a paixão que os move a pesquisar e proteger documentos. Essas pessoas são talvez as mais importantes para o acervo da nossa memória cultural – diz Bia, que trabalha no Instituto Moreira Salles, na Gávea.
A artista destacou a atuação do centro cultural, que deve estabelecer prioridades, formatar um planejamento e construir parcerias com outras instituições, fomentando a distribuição, em maior escala, dos arquivos e dos direitos artísticos que ajudam na divulgação da memória coletiva. Bia acredita que o dever das instituições não é ser dona destes materiais, mas disponibilizar o patrimônio histórico ao público leigo.
O Museu da Imagem e do Som, fundado em 1965, se transformará, em dois anos, em um moderno museu em Copacabana. A nova edificação terá cinco andares, que abrigarão exposições temporárias e permanentes. Rosa Maria ressaltou o projeto arquitetônico, planejado por profissionais do Brasil e do exterior.
– O Museu da Imagem e do Som é apaixonado pelo Rio, por sua gente, sua paisagem, sua cultura. É o museu da identidade carioca e brasileira – garante.
Tárik também considera importante a valorização da cultura nacional. Para o jornalista, o brasileiro deve se orgulhar de seu passado, pois tem uma origem espetacular. O desafio consiste justamente em concatenar o rico passado com o presente, não ter o foco apenas nas novidades.
– O desafio dos acervistas é preservar e ativar a memória entre o antigo e o que está sendo produzido hoje, para trazer o passado para o presente.
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