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Rio de Janeiro, 5 de maio de 2024


Campus

Como fazer de um objeto um produto de valor

Carolina Barbosa - Do Portal

10/09/2009

 Carolina Barbosa

Cerca de quarenta alunos de Design e Arquitetura se reuniram, nesta terça-feira, 9, no primeiro andar do edifício IMA 3, na PUC-Rio, para assistir à palestra Os produtos e suas identidades, ministrada pelo renomado estilista Carlos Tufvesson. Vestido com camisa pólo verde, jeans e tênis colorido, ele explicou o que faz um simples produto se tornar um objeto de design.

– Uma peça de roupa, por exemplo, deixa de cobrir um corpo e passa a ter uma identidade, quando agrega valor de beleza estética. Ela passa a ter uma alma própria, porque faz o cliente refletir, traz o lúdico a ele – definiu.

Tufvesson explicou que é mais difícil criar uma roupa que faça a mulher se sentir bem do que uma coleção de passarela. E deu a dica aos estudantes:

– Ao contrário do que muitos pensam, o trabalho de um designer não se torna completo quando você cria, mas no momento em que o consumidor veste e se sente satisfeito. A energia é tão boa, contagiante – disse.

Sob o calor que fazia com o ar condicionado desligado, os estudantes ouviam atentos e espremidos os conselhos do especialista.

– Uma roupa bacana afeta o humor, a autoestima. Para quem compra, a roupa assume outra função. É nisso que vocês devem pensar quando forem criar.

Ele contou ainda que não é fácil expor uma coleção para um público avaliador e que construiu sua história profissional acreditando sempre em seu trabalho. Tufvesson disse também que o grande desafio para um designer é saber qual vai ser a tendência do mercado no próximo ano. Para os arquitetos, é criar um prédio que continue moderno 30 anos depois. Quando cria sua coleção, ele gosta de modelar a roupa no corpo de uma modelo. Segundo o estilista, a própria roupa sinaliza que está pronta quando está sobre o corpo de uma mulher.

– Gosto de ver a roupa no corpo em movimento. A mulher brasileira é muito sensual, tem um charme especial. Então, nada melhor do que testar nela o produto.

Sobre o mercado de trabalho, foi enfático.

– É muito restrito, mas sempre há lugar para quem inova, ousa. O ideal é propor algo que o mercado ainda não tem.

Ele arrancou risadas do público, predominantemente feminino, ao dizer que o mundo da moda é 90% trabalho e 10% glamour.