Vinte e cinco anos após sua morte, um dos maiores filósofos da História, Michel Foucault (1926-1984), é relembrado mais uma vez. Com o tema Foucault na "História da Sexualidade": aspectos de um trabalho inacabado, a candidata ao título de Mestre em Filosofia Ana Paula Muniz defendeu sua tese, no último dia 14. Para a pós-graduanda, Foucault mostra a urgência em pensar o nosso tempo por meio de uma atividade que leve sempre em conta a complexidade dos acontecimentos.
De acordo com Ana Paula, a história da sexualidade não deve ser pesquisada apenas a partir dos registros da “história oficial”. Ela deve ser feita através de uma análise genealógica, que vai considerar os conhecimentos oficiais e as memórias locais.
- Minha idéia surge junto com a necessidade de me apropriar desse material como fonte de pesquisa de algumas questões referentes à subjetividade. Essa tarefa faz parte de um trabalho mais amplo, a tentativa de relacionar o sujeito ao prazer na nossa época.
Outro desafio surge, nos dias de hoje, ao se pensar as relações dos indivíduos com o prazer. Segundo a aluna, o campo filosófico também pode consistir em um ambiente de pesquisa das pessoas em suas relações com o saber e com o prazer.
- Foucault sustenta durante todo o seu percurso a importância de manter vivo o material humano, daquilo que fica registrado na forma de arquivo.
Para a filósofa, a análise que Foucault propõe tem importância principalmente por servir como instrumento contra certo hábito de centralizar os saberes e os poderes nas mãos de determinados grupos.
Ana Paula atua há alguns anos como psicanalista e optou por trabalhar com os estudos do filósofo francês objetivando uma abertura na elaboração dos diversos conflitos do presente.
- Pretendi trabalhar com os pesquisadores que atuam no campo da filosofia para solucionar algumas questões referentes à noção de subjetividade e apresentar publicamente alguns aspectos das minhas elaborações – conclui.