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Rio de Janeiro, 7 de maio de 2024


País

Escândalo pode afetar candidatura de Dilma

Yasmim Rosa - Do Portal

19/08/2009

Depois da informação de que a Ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, teria se encontrado com a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, um novo capítulo foi aberto nos escândalos políticos. Acusada de ter pedido agilidade nas investigações das empresas de Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney, a ministra vem afirmando que o encontro não aconteceu. Mas, no depoimento dado ontem na Comissão de Constituição e Justiça, a ex-secretária reafirmou sua versão. Segundo o professor do Departamento de Sociologia da PUC-Rio Ricardo Ismael, isso pode afetar a candidatura de Dilma, mas ainda é cedo para conclusões.

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, no último dia 9, Lina afirmou que se reuniu sigilosamente com a ministra em dezembro de 2008. Em contrapartida, Dilma nega e pede provas de que o encontro realmente aconteceu.

No depoimento desta terça-feira, 18, a ex-secretária reiterou o que vem dizendo sobre uma reunião reservada em que Dilma teria lhe pedido para apressar investigações sobre as empresas de Fernando Sarney, mas não apresentou provas.

Para Ismael, o caso está restrito àqueles que acompanham os noticiários. 

- O caso ainda é recente, mas a imagem da Dilma pode estar sendo prejudicada. O episódio pode não ter um final satisfatório – comenta.

Sobre o depoimento de Lina, o professor se diz confiante na credibilidade da ex-secretária.

- Ela é uma funcionária com mais de 30 anos de casa. Foi convidada pelo ministro (Guido) Mantega para o cargo de chefia e seu ápice profissional foi na Receita Federal. No depoimento, aparentou tranquilidade, e, mesmo com as perguntas e provocações dos deputados, tinha a confiança de quem fala a verdade. De um lado está Lina, que aparenta falar a verdade. Do outro, a Ministra, que agiu de forma intempestiva quando o caso veio à tona.

Para o professor, o governo tomará posição nos próximos dias para acabar com o mal-estar que se instaurou.

- Espera-se que a Dilma reaja. O melhor para ela é que a mídia esqueça isso. De qualquer forma, a ação da ministra foi errada, tentando interferir em um assunto que não cabia a ela.

Mas a principal questão ainda continua sem resposta, segundo Ismael.

- A grande pergunta é por que Dilma se encontrou com um representante de um órgão de alto escalão. Só ela pode responder, e caso tenha ido, qual o motivo do pedido para agilizar as investigações – conclui.