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Rio de Janeiro, 27 de julho de 2024


Mundo

Ex-aluno da PUC-Rio morreu de hipotermia no Maláui

Carolina Barbosa, Clarissa Pains e Luísa Sandes - Do Portal

06/08/2009

Arquivo Pessoal

O brasileiro Gabriel Buchmann, 28 anos, encontrado no Maláui na manhã de quarta-feira, 5, morreu de hipotermia, uma queda na temperatura corporal, segundo informações divulgadas ontem pelos peritos que realizaram a necropsia no corpo do economista. De acordo com os médicos, o mais provável é que a morte tenha ocorrido no dia 19 de julho. Não será necessária autópsia, e parentes acreditam que o corpo possa chegar ao Brasil no próximo domingo, 9. A família tenta negociar o pagamento do traslado com o Itamaraty, órgão responsável pela assistência aos brasileiros no exterior.

O corpo de Gabriel havia sido encontrado numa espécie de ninho que ele teria feito para se proteger do frio intenso. A descoberta foi transmitida pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) ao Itamaraty, que comunicou à família no início da tarde do mesmo dia. Um helicóptero alugado pelos parentes removeu o corpo, que, em seguida, foi levado para um hospital do país onde os exames para esclarecer a causa da morte foram realizados.

No último dia 17, o brasileiro desapareceu ao fazer uma trilha considerada segura e de fácil acesso no Monte Mulanje, no Maláui. Ele dispensou o guia local e decidiu subir a montanha sozinho. O economista se preparava para começar um doutorado na Universidade da Califórnia sobre Economia da Pobreza e, desde julho do ano passado, havia percorrido sessenta países da Ásia, Oriente Médio e África com o objetivo de conhecer de perto a vida destes povos e investigar sua distribuição de renda. Viajava de carona e instalava-se em casas de família. Em troca, colaborava com as despesas.

Gabriel, que era morador do Leblon, fez mestrado na PUC-Rio e trabalhou no Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), tinha seu retorno programado para o dia 28 de julho. Nesta data, família e amigos fizeram uma manifestação na praia de Ipanema, como forma de arrecadar doações e pedir ajuda às autoridades brasileiras. O objetivo era intensificar as buscas, já que, até então, apenas um helicóptero havia sido disponibilizado pelo Itamaraty.

Amigos e parentes afirmaram que o corpo do economista foi encontrado por moradores da região, e não por um dos grupos de busca, como havia sido divulgado anteriormente.

Um dos países mais pobres do mundo, o Maláui era a última escala da rota de Gabriel. Desde seu desaparecimento, pessoas próximas criaram o blog Ajude Gabriel Buchmann para receber doações e notícias. Com o objetivo de homenagear o economista carioca e divulgar sua história, o site, que já recebeu quase 500 acessos, permanecerá funcionando.