Foi inaugurado nesta quinta-feira, 23, ao lado do Hospital Miguel Couto, o polo de acolhimento a pessoas com suspeita de infecção pelo vírus H1N1. Até as 14 horas, o local já havia recebido cerca de 115 pacientes. Entretanto, nenhum deles apresentava sintomas considerados graves. De acordo com a assessora de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde Stefany Dumas, crises respiratórias são comuns nesta época do ano, mas, por conta da nova gripe, a população está mais assustada.

Segundo Stefany, o tempo médio de espera na fila é de vinte minutos. O exame para detectar o vírus só é indicado em casos extremos, já que, por ser realizado pela Fiocruz, demora a ficar pronto. Os pacientes que correm maior risco, como idosos, crianças e gestantes, têm prioridade.

- Assim que chegam, as pessoas ficam na fila para preencherem uma ficha e, em seguida, recebem máscara e passam pela triagem. Os que necessitarem farão o exame e depois serão encaminhados a uma enfermaria dentro do próprio Miguel Couto – explica a assessora.

O atendimento é rápido, mas a espera pela triagem decepciona alguns. Claudenor Vieira de Moraes, 24, afirma apresentar sintomas de gripe há dez dias. Desde terça-feira, ele busca tratamento em outros centros de saúde. Na fila, reclama da demora.

- Estou aqui há 4 horas e ainda não passei pela triagem – diz.

Contudo, muitos apostam na eficiência do polo. A equipe é formada por clínicos gerais, pediatras, enfermeiros, técnicos de enfermagem e um epidemiologista.

Clara Rachel Gandelman, moradora do prédio localizado entre o Hospital e o centro de acolhimento, afirma estar com medo de contrair a doença:

- Considero muito perigoso e arriscado ser vizinha do centro. Acabei de passar por perto e já vou lavar minhas mãos.

Apesar da preocupação dos moradores quanto ao risco de contágio, o Ministério da Saúde ressalta que a transmissão do vírus só ocorre após um contato próximo e prolongado com alguém infectado.

Ao todo, a Secretaria Municipal prevê a implantação de nove polos, mas apenas seis, contando com o do Miguel Couto, já estão confirmados e iniciarão seu funcionamento esta semana: dois deles nos hospitais Lourenço Jorge e Souza Aguiar e os demais nos bairros de Santa Cruz, Méier e Campo Grande.

Com a finalidade de aliviar o atendimento nas emergências dos grandes hospitais, os polos funcionarão 24 horas por dia, de segunda a domingo, e atuarão de forma integrada à rede de Saúde.

A Secretaria Municipal de Saúde também anunciou a criação de postos de esclarecimento que começaram a atuar na quarta-feira, 22, para tirar dúvidas sobre as formas de contágio e os sintomas mais comuns do vírus Influenza A (H1N1).

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, informou que o país tem 9 milhões de kits de tratamento para a doença e que, inicialmente, serão distribuídos para os estados onde é maior o número de infectados: Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro.

Até a noite de quarta-feira, 22, foram confirmadas cinco mortes provocadas pela nova gripe no município do Rio. O total no país chega a 53. São Paulo lidera com 27 óbitos.

A partir de segunda-feira, 27, começa a funcionar, das 6hs às 23:30hs durante todos os dias da semana, um novo serviço telefônico para orientar a população. O número é 0800-28-10-100.

O atendimento online já está sendo feito pelo site www.riocontragripea.rj.gov.br. Infomações também podem ser obtidas no site www.saude.gov.br.