O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) estimava 6 milhões de inscritos no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) deste ano. Entretanto, o total de alunos que fará a prova, 4,5 milhões, representa uma surpresa. O novo modelo do Exame será testado nos dias 3 e 4 de outubro e, devido à proposta de reformulação feita pelo Ministério da Educação, agora ele atua diretamente no processo seletivo de estudantes para o ingresso nas universidades.

O objetivo do Ministério é democratizar as oportunidades de acesso às vagas de ensino superior e melhorar a qualidade do ensino médio e, por isso, a prova tornou-se mais abrangente, com questões mais próximas da realidade dos estudantes. Por enquanto, as universidades possuem autonomia e poderão optar entre quatro possibilidades de utilização do novo exame como processo seletivo.

Na PUC-Rio, a nota do Enem será utilizada da mesma maneira que nos anos anteriores, explica Marta de Souza Lima, diretora da Comissão de Vestibular e professora do Departamento de Engenharia Civil: 50% das vagas para alunos com a nota do Exame Nacional e 50% para aqueles com a nota do próprio vestibular. A Universidade avaliará os dois resultados e aproveitará o melhor.

- Para nós, não muda muita coisa, já que utilizamos as notas do Enem desde que ele existe. Porém, como a PUC aproveita somente notas acima de 7.0, no caso de o grau de dificuldade do Exame aumentar, sobrarão mais vagas para o vestibular da Universidade – afirma Marta.

Jéssica Rodrigues, aluna do 1º período de Comunicação Social da PUC-Rio, é bastante otimista em relação ao novo modelo da prova.

- A proposta de reformulação é muito interessante. Sobretudo, por facilitar o ingresso dos estudantes nas faculdades, principalmente nas públicas. Eles não precisarão mais estudar para vários modelos de avaliação, e os que desejarem fazer vestibular para universidades de outros estados não terão a necessidade de se deslocar.

Já Naina Ramos, também aluna do 3º período de Comunicação Social, apresenta uma opinião controversa.

- É bacana os estudantes poderem cursar faculdades de outros estados. Isso contribui para a diversidade. No entanto, pode haver uma segregação, pois apenas os alunos que estudaram nos melhores colégios terão a chance de estudar nos melhores cursos do país.