“Tendência não surge por acaso. O que estará em alta no ano que vem já começou a ser preparado pelas empresas há cerca de cinco anos”, explica a arquiteta Norma Corrêa. Nos próximos anos, estarão em alta madeira, móveis retilíneos e cores vibrantes, apontaram especialistas no Banco de Tendências, 9 de julho, no campus da universidade. Organizada pelo curso Design Trends Forecasts, do Departamento de Artes e Design da PUC-Rio, a terceira edição do encontro reuniu palestras de representantes das empresas Lacca, de móveis modulados; Riva, de objetos de aço inox; e Suvinil.
Para Giordano Cacciola, da Lacca, é "complicado generalizar, porque o que aparece na Feira de Milão (referência mundial em design de interiores) pode não funcionar aqui no Rio". Feita a ressalva, Giordano engrossa o coro dos que preveem móveis com linhas mais retas e estilos mais simples. Puxadores embutidos nas portas e gavetas também compõem a lista de tendências.
De acordo com Giordano, há um forte movimento retrô inspirado nos anos 60 e 70. Considerado fora de moda há cinco anos, o acabamento laqueado com brilho, semelhante a vidro pintado, volta a ser mais usado. A adoção de madeira de freijó – amarelada e, por vezes, com listras escuras – também tende a crescer, assim como o uso de madeira pré-composta (fabricada) tingida em tons de branco e cinza. Esta tendência segue o viés do chamado eco design, observa o designer Rubens Simões, dono da Riva. Na onda ecológica surfam o reaproveitamento de retalhos das chapas de aço e outros materiais.
– Por que não fazer uma jarra com uma garrafa pet? É ecologicamente correto e reduz muito o custo de produção – propõe Rubens.
Segundo ele, não só as empresas estão mais atentas à preservação ambiental, mas também os consumidores. A demanda crescente por soluções "ecológicas" intensifica a criação de materiais voltados para a "sustentabilidade", como os laminados feitos a partir de garrafas pet, que, de acordo com a especialista Norma Corrêa, já substituem em 70% os comuns.
Outra tendência prevista pelos especialistas é a transformação da cozinha em “área social”, quase de lazer. Neste cômodo – integrado à sala de estar devido à diminuição dos apartamentos –, não há mais utensílios apenas funcionais:
– A função da cozinha mudou. Gasta-se muito mais do que com o resto da casa, porque as pessoas passam cada vez mais tempo na cozinha – justifica Norma.
Quanto às cores, os tons fortes reassumem a hegemonia, antecipa o arquiteto Ivan Fonseca, há 11 anos na Suvinil. A tendência cromática, explica ele, acompanha a emergência de países latinos no cenário mundial. Também estão em alta os "efeitos de cores" – como listras ou efeito de jeans – em uma parede do cômodo. O artifício torna a casa mais aconchegante e personalizada, dizem os especialistas.
– A ideia, agora, é outra: não existe mais “a cor da estação”. O que há é uma cartela de cores baseada em conceitos – explica Fonseca, acrescentando, porém, que a cor cinza “aquecida”, misturada com tons de amarelo, provavelmente ganhará força.
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