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PUC-Rio

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Rio de Janeiro, 4 de maio de 2024


Campus

Café gelado desafia o inverno e atrai os jovens no campus

Carolina Barbosa e Bianca Baptista - Do Portal

02/07/2009

 Carolina Barbosa

Beber café é um hábito que se renova. Na PUC-Rio, a opção gelada vira mania entre os jovens e divide as preferências com as formas tradicionais: média (com leite), carioca (mais diluído), pingado, expresso ou feito com o coador de pano. O cafezinho é consumido por 94% dos brasileiros com mais de 15 anos, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Café (ABIC). Depois da água, é a bebida mais consumida no país. Tradição reforçada no campus, onde novidades unem-se a maneiras clássicas de servi-lo.

O café gelado tem roubado a cena, mesmo no inverno. Lançada neste ano, o ice cappuccino do Couve Café, por exemplo, cativa consumidores mais jovens. De cada dez pedidos de café, seis são da modalidade gelada. Além de café, a bebida leva chocolate em pó, bicarbonato de sódio, canela – que compõe o cappuccino tradicional - leite frio e gelo, batidos no liquidificador. Refrescante, diz a estudante de Administração Ana Flávia. Ela encontrou na novidade a solução para seus problemas com bebidas quentes:

- Eu sempre gostei muito de café, mas não consigo beber nada quente. Tinha de deixá-lo esfriar para depois beber. Comecei a andar com uma garrafinha de café na bolsa. Agora bebo um ou dois ices cappuccinos por dia. É muito gostoso.

No Mr. Ali, o carro-chefe é o café expresso acompanhado de gotas de chocolate. Segundo a gerente Flávia Ataliba, a especialidade tem grãos moídos na hora e aroma forte, o que também atrai os jovens. Como o estudante de Engenharia Rodrigo Garcia, que degusta diariamente seu cafezinho antes da aula.

- Gosto de café forte, por isso o de lá é o meu preferido. O aroma é muito bom – justifica.

As formas clássicas também fazem sucesso. O “cafezinho preto” tem público cativo no Bar das Freiras, no Leme. Segundo o balconista José Nilton, o segredo está na preparação com o coador de pano e água quente diretamente da chaleira. Lá o chamado café comum vende mais do que o expresso.

- Não gosto de café expresso, prefíro o verdadeiro café, aquele que se faz com o coador de pano. Isso me lembra o que a minha avó fazia no sítio – conta Fernanda Ribeiro, aluna de pós-graduação.

Ainda na área do edifício Cardeal Leme, há opções no Eruditus e na Casa da Empada. A variedade atrai também visitantes, como a contadora Célia Campos. Moradora da Gávea, ela não dispensa um bom café acompanhado de um cookie. Não é raro os acompanhamentos ofuscarem a bebida.

- Adoro o cookie, embora eu seja viciada em café. O cookie acaba sendo um pretexto para tomar o café – confessa.

Outro ingrediente valorizado pelos consumidores é o ambiente da PUC-Rio. Para Natasha Santana, aluna de Cinema, a proximidade do verde e o espírito de comunidade tornam o mais saboroso cafezinho nos intervalos das aulas:

– Gosto de me reunir com os amigos em lugares que tenham um clima tranquilo. O café serve de pausa para a correria cotidiana.

Para outros, café é sinônimo de lucro – especialmente na estação mais fria. No Fast Way, por exemplo, o inverno quase dobra as vendas de café e chocolate. Segundo a supervisora Aline Silva, o consumo semanal às vezes ultrapassa as mil unidades. Ela acredita que o êxito comercial deve-se, em parte, à espuminha no café expresso, "um agrado".

– A gente não tem a opção pingado no cardápio. Mas, toda vez que pedem, colocamos. Uma vez me pediram até gelo no café com leite – lembra.

Um bom café exige preparação cuidadosa, observa o barista Marcos Falcão. Ele explica que o creme, conhecido como espuma, é a “alma do expresso”. Segundo o especialista, o café deve ser espesso, ter cor homogênea e achocolatada com sinais de rajas mais escuras. Marcos dá uma dica para verificar a qualidade da bebida:

– Coloque o açúcar sobre o café. O creme deve segurá-lo por alguns segundos em sua superfície. Após absorver o açúcar, o creme deve voltar a cobrir a superfície da xícara. Ou então o café não está bem preparado.


Pasto de grãos

Conhecida pelo nome científico de Coffea arabica, a planta do café foi descoberta na Etiópia, quando ainda era chamada de Absínia, pelo pastor de cabras Kaldi, em 800 d.C.. Ele percebera que seu rebanho ficava mais resistente e com mais energia quando ingeria o fruto amarelo-avermelhado de certos arbustos da região. Integrou o grão ao seu cardápio.

A prática difundiu-se pelo norte da África, até chegar ao mundo árabe no século XV. Chegou aos monges, que viriam a criar o café como hoje é conhecido. Ferviam água e folhas junto ao fruto, para tentar secá-lo e usá-lo em período de chuva, mas acidentalmente os deixaram queimar. Assim trituraram-no e misturaram a água.

O que viria a ser tão popular no Ocidente só se difundiu pela Europa 200 anos depois. Mulheres na Inglaterra reclamavam que o “licor” tornava seus maridos “debilitados e infecundos”. O exagero culminou com o panfleto A Petição Feminina Contra o Café, em 1674.

No Brasil a planta chegou contrabandeada, em 1727, pelo sargento Francisco Mello Palheta. A pretexto de resolver "questões de fronteira" na Guiana Francesa, ele foi designado a conseguir mudas da planta. Três anos depois, começou a ser cultivada no estado do Pará e, em seguida, espalhou-se pelo Nordeste. Só no ano de 1825 o café encontrou as melhores condições para o plantio, no Vale do Paraíba, em São Paulo. O Brasil tranformou-se no maior produtor de café no mundo no fim do século XIX. Em 2007, o país produziu 33,4 milhões de sacas e exportou 21,8 milhões, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Café.


Para o inverno carioca

O barista Marcos Falcão sugere uma receita de café para o tropical inverno carioca.

Café com sorvete

Ingredientes:
1/4 xícara (chá) de café forte
2 colheres (chá) de açúcar
2 1/2 xícaras (chá) de leite
6 colheres (sopa) de sorvete de baunilha ou de chocolate

Preparo:
Misture o café, o açúcar e o leite e divida o líquido em dois copos grandes. Coloque três colheres (sopa) sorvete em cada copo, misture e sirva com canudinhos.

Opções variadas

Abaixo, alguns dos pontos nos quais se pode degustar café no campus da PUC-Rio.

 

 

Café expresso

Café com leite

Cappuccino

Ice cappuccino

Café comum

Café pingado

Café com creme

Carioca

Bar das

Freiras

R$ 1,50

 

 

 

R$ 0,70

 

 

 

 

Casa da Empada

R$ 2

R$ 2,80

R$ 2,80

 

 

R$ 2,30

 

 

Eruditus

R$ 2

R$ 2,50

R$ 2,80

 

 

 

R$ 2,60

 

Fast

Way

R$ 2

R$ 2

R$ 2,20

 

 

 

 

R$2

Couve Café

R$ 2,20

R$ 3,50

R$ 4,20

R$3,80 (200ml)  R$ 4,80(300ml)