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Rio de Janeiro, 23 de abril de 2024


Esporte

Fãs e especialistas discutem o futuro da F 1

Suzane Lima - Do Portal

19/06/2009

Reprodução

Anunciado na quinta-feira, 18 de junho, o divórcio entre as equipes de Fórmula 1 e a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) deixa fãs e especialistas apreensivos sobre a próxima temporada. Insatisfeitas com a imposição do teto orçamentário de 40 milhões de libras (R$ 130 milhões), oito das dez integrantes da Associação de Equipes da Fórmula 1 (Fota) decidiram abandonar a categoria organizada pela FIA e criar uma competição própria em 2010. Para o jornalista e professor da PUC-Rio Ernesto Rodrigues, autor da biografia Ayrton, um herói revelado, a limitação orçamentária é inadequada:

– Na Fórmula 1 são desenvolvidos os avanços automobilísticos que chegarão aos nossos carros. Limitar as escuderias é o mesmo que dizer para um time campeão da Copa do Mundo que ele não pode jogar mais.

Ernesto admite que houve uma explosão de gastos na categoria, mas argumenta que "isso é natural, faz parte do esporte". Para o especialista,  falta competência na organização da F 1:

– A Fórmula 1 é um esporte de criatividade, não só de dinheiro. Por exemplo, a equipe Brawn GP não tem tanto dinheiro mas está ganhando tudo. Fórmula 1 é isso: criatividade com inovação.

Boa parte dos estudantes mostrou-se preocupada com o destino da categoria mais tradicional do automobilismo:

Gustavo Coelho (Jornalismo) – Acho que não é uma divisão definitiva, porque há muitos interesses envolvidos, desde a TV que transmite as competições até as escuderias. Prefiro que a Fórmula 1 fique unida, mas é apenas o início de uma briga feia.

André Oliveira (Desenho Industrial) – A decisão da Fota foi correta, porque a FIA está querendo impor sem consultar as equipes. 

Bruno Nin, (Desenho Industrial) – O bom da F 1 é ver o desenvolvimento de novas tecnologias. Quem gosta de velocidade vai perder o interesse.

Artur Miranda (Comunicação) – Foi uma surpresa este racha numa competição tradicional. Quem perde são os amantes do esporte.

Moisés Zeiture (Engenharia Civil) – Com a criação da nova categoria, a F 1 vai ficar de lado, porque as principais equipes sairiam. Para a competição, o teto é muito bom, porque deixa tudo mais equilibrado, mas, para as equipes, é horrível.

André Walter (Engenharia Mecânica) – A atitude da Fota foi correta, porque impor um teto orçamentário é um absurdo. Quem perde é a F 1, que terá menos investimentos.

Lucas Silveira (Engenharia Mecânica) – Eles fizeram certo, porque não estavam chegando a um acordo. Mas a FIA tem razão, eles tem que priorizar o piloto e não só a tecnologia.

Pedro de Góes (Engenharia da Computação) – O teto orçamentário tem uma vantagem, porque obriga as equipes a buscarem tecnologia barata.

Caio Oliveira, Engenharia Mecânica – Os pilotos estão certo em rachar, porque esse teto vai contra o princípio da F-1, que é a inovação.

O movimento de separação foi liderado pela Ferrari, que foi seguida por Renault, BMW, Toyota, Mercedes, Red Bull, Toro Rosso e a estreante Brawn GP. Só a Williams e a Force India não aderiram ao movimento contra a FIA.