Projeto Comunicar
PUC-Rio

  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram

Rio de Janeiro, 6 de maio de 2024


Campus

Meio ambiente em pauta

Suzane Lima - Do Portal

05/06/2009

Na Semana do Meio Ambiente, um dos temas mais discutidos é o aquecimento global. O politólogo Sérgio Abranches acha que os impasses diplomáticos prejudicam a aprovação de projetos que poderiam amenizar os efeitos das mudanças climáticas. Ele considera um absurdo que toda a elite política brasileira não esteja preocupada com a degradação do meio ambiente.

- O problema não são os governos, mas quem eles representam, ou seja, a sociedade. Temos que nos conscientizar - alertou.

Numa palestra na manhã desta sexta, 5, na PUC-Rio, Abranches discutiu, na companhia do também politólogo Sérgio Besserman e do economista José Eli da Veiga, em um tom informal, o futuro do planeta e, principalmente, da humanidade. Os três concordam em um ponto: se a mentalidade da comunidade internacional não mudar, não há como prever o que pode acontecer. Não só os prejuízos materiais seriam enormes, mas também as perdas humanas.

- A natureza não está em risco, mas a civilização sim. Na verdade, os mais pobres vão sofrer mais. Eles estão sujeitos a um significativo risco de perda de qualidade de vida - afirmou Besserman.

José Eli da Veiga considera que deve haver um acordo entre os países ricos e os emergentes. Para o economista, as nações de maior poderio econômico poderiam, através de uma maior organização da sua economia, parar de crescer e manter a prosperidade. Já os países pobres devem se desenvolver para atender as necessidades básicas da população. Veiga acha complicado o caso de países emergentes, como o Brasil.

- Há uma ambiguidade entre a produção e a estabilidade. É o que acontece com o Carlos Minc (ministro do Meio Ambiente). Ele está enfrentando os outros ministros porque quer defender os interesses ambientais. Até está conseguindo coisas positivas - atestou.

Em relação ao etanol brasileiro, Veiga acredita que o sucesso do biocombustível vá influenciar os empresários a se preocuparem mais com a sustentabilidade. Isso vai acontecer porque os países importadores exigiram maior respeito ao meio ambiente.

- Se souberem que a plantação de cana desmatou, por exemplo, o Pantanal, o etanol não será comprado - garante.

Para Sérgio Abrantes, o Brasil tem condições de crescer sustentavelmente, porque a conversão para uma economia de carbono gera empregos e tem baixo custo. Ele considera quatro pontos essenciais para que o país deixe de agredir o meio ambiente. Resolver o desmatamento é o primeiro passo. Mudar o setor de transporte, adotando a hidrovia e a ferrovia como substitutas das rodovias. O outro ponto é a construção civil, que ainda usa muito cimento.