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Rio de Janeiro, 7 de maio de 2024


Campus

Favela e Meio Ambiente em debate

Paula Araujo - Do Portal

02/06/2009

Paula Araujo

O Departamento de Serviço Social da PUC-Rio organizou, com o apoio do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente, o Seminário Serviço Social e Meio Ambiente: favela e cidadania no Rio de Janeiro. O evento abriu a Semana do Meio Ambiente da Universidade e aconteceu ontem, 1°, no auditório Padre Anchieta, das 14h às 20h30. No primeiro debate, o tema interdisciplinaridade e cidade apresentou o espaço urbano como palco das relações sociais.

Segundo a mediadora do seminário e professora do Departamento de Serviço Social, Denise Pini, os temas da cidadania e do meio ambiente são recorrentes nas teses de Mestrado e Doutorado da Instituição. Ela afirma que há pelo menos seis anos o Departamento quer articular a questão ambiental aos fenômenos sociais, duas áreas de difícil associação.

Entre os palestrantes estavam a assistente social e professora da UFRJ Fátima Gomes, o sociólogo e professor do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ)  Luiz Antônio Machado, e a historiadora e professora da PUC-Rio Maria Alice de Carvalho.

Para o professor Machado, a cidade é mapeada pelo perigo. Ele explica que o direito de ir e vir é impedido, às vezes pelo próprio cidadão, que se segrega no território urbano. De acordo com o sociólogo, essa segregação leva o sujeito a antecipar o perigo.

- Dependendo do local, o indivíduo prevê as possíveis ameaças que pode sofrer, não passando por lugares que julga perigosos. Assim, nós nos afastamos uns dos outros – conclui.

 Ainda no contexto urbano, Luiz Machado caracterizou a polícia como objeto de influência para o ambiente violento.

- A manutenção da disciplina da sociedade é delegada à polícia. Nós pedimos para ela ser violenta e ela é. O resultado disto é uma cidade mapeada pela violência.

De acordo com a professora Fátima Gomes, o desenvolvimento das favelas se deu a partir da industrialização brasileira, nos anos de 1950. Segundo ela, os investimentos públicos foram destinados somente às áreas nobres e os espaços pobres sofreram uma marginalização. Neste contexto, o serviço social surge para controlar e disciplinar esta parcela desfavorecida da população.