Cartazes anunciando, na manhã desta terça-feira, a suspensão da bolsa PUC-Rio a partir de 2009 surpreenderam os beneficiados pelo programa. A notícia se restringe aos alunos que pretendem solicitar auxílio a partir do segundo semestre do ano. Aqueles que já possuem não precisam se preocupar, pois terão seus benefícios mantidos. A expectativa é de que a medida dure apenas seis meses. Segundo o vice-reitor comunitário, Augusto Sampaio, bolsista da PUC-Rio na década de 1960, casos excepcionais serão atendidos. Para os demais, a saída é procurar o Programa de Financiamento Estudantil (FIES) até o dia 17 de abril, sexta-feira, pelo site da Universidade ou do Ministério da Educação (MEC).

Atualmente, dos 12.700 alunos da PUC-Rio, 40% têm bolsa na graduação, o que representa mais de cinco mil. A instituição é filantrópica, ou seja, recebe benefícios fiscais por reservar 20% de sua receita para atender aos pedidos de bolsistas. No entanto, com o grande número de auxílios concedidos, a marca já foi ultrapassada em 11,33%.

– Acendeu uma luz vermelha. Daqui a pouco, a PUC-Rio não terá mais dinheiro para pagar seus funcionários – esclarece Augusto Sampaio.

Isabel Conte, caloura de Comunicação Social, estava no metrô quando, com surpresa e apreensão, recebeu a notícia de uma amiga. Foi uma dentre os que imaginaram perder o benefício.

– Essa bolsa é muito importante, pois, sem ela, não poderia me manter na Universidade. Batalhei para estar aqui - conta Isabel, que estudou em um pré-vestibular comunitário em Anchieta, bairro da Baixada Fluminense, onde mora.

A importância da oportunidade foi ressaltada pelo estudante do 4º período de Comunicação Social, Leonardo Ferreira. Há dois anos, ele recebe bolsa integral da Universidade:

– Muitos perderão a oportunidade que eu tenho. É uma chance a menos para quem não tem como pagar a faculdade.