Inclusão social e oportunidades para crianças e jovens são o caminho para a diminuição da violência no Rio, afirmou o vereador Robson Leite, professor e voluntário da Rádio Catedral, no debate sobre segurança pública promovido pelo Cine Pastoral no último dia 7. As discussões sucederam a exibição do filme Última Parada 174, de Bruno Barreto, que expõe o drama dos meninos de rua com base na história de Sandro Nascimento – desde a sobrevivência à Chacina da Candelária até a morte presumível depois de sequestrar um ônibus na Zona Sul do Rio, em 2000.

– Sandro Nascimento nasceu na ausência do Estado, na exclusão social. Durante sua vida, ele só recebeu violência e recriminação. Não teve oportunidades. Como conseqüência, só soube retribuir a violência. Não se pode cobrar de Sandro uma coisa que ele nunca recebeu – observou Robson.

O Cine Pastoral discutiu a forma como a violência urbana é retratada em produções nacionais. Tropa de Elite, de José Padilha, serviu de pano de fundo para a mesa redonda. Já no dia 8, o professor de Cinema da PUC-Rio Pedro Camargo participou das dicussões com base no filme Era Uma Vez, de Breno Silveira.

Robson Leite apontou a sociedade do consumo como uma das principais causas da exclusão e da violência. Para ele, este tipo de sociedade "gera diariamente crianças e adolescentes como Sandro, que já nascem praticamente mortos". O professor acredita que um jovem com um fuzil na mão é tão vítima quanto quem está sendo assaltado por ele. A solução, reforça Robson, depende da criação de oportunidades de inclusão social.

O professor conta que, em uma de suas palestras sobre políticas de inclusão social, conheceu Feijão, ex-chefe do tráfico em Acari. De acordo com Robson, Feijão passou por uma experiência traumática, mas conseguiu se recuperar graças a um projeto social que o apresentou à música, atual paixão do garoto. Hoje, Feijão dá palestras sobre segurança pública.