Em busca de uma sociedade engajada na solução problemas crônicos, como a violência, e na propagação da paz, a Campanha da Fraternidade deste ano, A Paz é o Fruto da Justiça, foi discutida entre professores, epecialistas e estudantes, nesta quarta-feira, 1º de abril, nos pilotis da PUC-Rio. Mediado pelo professor do Departamento de Teologia Celso Carias, o debate reuniu a assistente social Glória Vargas, o professor e vereador Robson Leite e a advogada Samantha Pelajo. Para eles, paz e justiça dependem da garantia de segurança pública.
Os debatedores ressaltaram a importância de converter o discurso em ação, especialmente quando as circunstâncias forem adversas. "Se as coisas são impossíveis... Ora! Não é motivo para não querê-las! Que tristes os caminhos se não fora a mágica presença das estrelas!": citado por Robson Leite, o poema “Das Utopias”, de Mário Quintana, transformou-se numa ode contra a desistência. "Não devemos desistir de fazer o bem, por mais difícil que isso seja", disse ele.
Outro aspecto destacado foi a necessidade do engajamento no debate político e da reflexão social para criar um mundo mais justo e com mais oportunidades. Sua construção, observou Leite, depende da segurança pública:
– As campanhas da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) ajudam a sociedade refletir sobre o mundo e se engajar no debate político. Mas é preciso garantir a segurança pública. Segurança pública se gera com oportunidade. Hoje, um ex-presidiário não consegue arrumar um emprego e acaba na informalidade.
A assistente social Glória Vargas lembrou que a lei deve ser igual para todos. Para a especialista, a "Justiça só poderá melhorar quando perceber o seu conservadorismo".
Já Samantha Pelajo defendeu o “amplo acesso à Justiça”. A advogada considera este ponto essencial para melhor resolver os conflitos sociais.
– Se cultivarmos desde o ambiente escolar a cultura de resolver os conflitos pacificamente, teremos uma sociedade melhor.
Iniciativa da CNBB, a Campanha da Fraternidade foi lançada, nacionalmente, em 1964. Sempre durante a quaresma, propõe reflexões e ações voltadas à justiça e à solidariedade. Seu caráter de evangelização soma-se à busca de renovação dos valores cristãos e ao engajamento em debates sobre questões voltadas ao avanço social, como ilustram as campanhas de 2001, Vida Sim, Drogas Não!, e deste ano, A Paz é o Fruto da Justiça.
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