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Rio de Janeiro, 19 de abril de 2024


Campus

Caminhos para melhorar a Segurança Pública

Bruna Santamarina e Paula Araujo - Do Portal

31/03/2009

 Paula Araujo

A recorrência dos confrontos entre traficantes e policiais no Rio - que recentemente atormentaram bairros da Zona Sul - aguça os debates sobre soluções para  Segurança Pública, como torná-la compatível com uma das cargas tributárias mais altas do mundo (38% do PIB). "É preciso ampliar a quantidade de pesquisas na área e criar uma ciência política brasileira", propôs o especialista Gláucio Soares, na palestra As dimensões da violência na sociedade brasileira, aula inaugural do Departamento de Sociologia e Política, nesta segunda-feira, 30 de março.  

Para o professor da PUC-Rio e pesquisador da Instituto de Pesquisa Universitária do Rio de Janeiro (Iuperj),  o combate à violência exige também uma visão mais abrangente dos governantes: "Não se pode ficar restrito a homicídios". Soares lembrou que Segurança Pública implica a defesa da população de uma forma ampla. 

- No Brasil, cerca de dez mil pessoas morrem de suicídio e o Plano Nacional de Segurança Pública não liga para isso. Afogamentos, quedas, envenenamentos, acidentes de trânsito e queimaduras também matam muito - destacou.

Na opinião do sociólogo, os governos têm de  assumir a responsabilidade de desenvolver políticas e aplicar ações que representem um esforço de unir teoria e prática na luta contra a violência.

- Bons governos salvam vidas. Eles têm que meter a mão na massa. Não adianta só ler autores do século XIX, por exemplo. Depois que se implantou o programa Paz no Trânsito no Distrtito Federal, por exemplo,  a cada ano passaram a morrer menos pessoas vítimas de acidentes.

Para reduzir as mortes na guerra urbana, capitaneada pelo tráfico de drogas, o professor reforçou a necessidade de um remédio de prescrição usual mas de prática ainda inconsistente: implantação e aperfeiçoamento de pólíticas públicas. 

- Mais da metade dos homicídios por ano é causada por armas de fogo. Em 2003, o Estatuto de Desarmamento reduziu bastante este número. Até os afogamentos são passíveis de diminuição quando políticas de segurança pública são corretamente aplicadas.

Soares avaliou como positivas as medidas de segurança adotadas do Rio de Janeiro, em relação aos últimos anos:

- O número de mortes foi reduzido. Apesar de às vezes usar uma força desnecessária, a política de Segurança Pública do Rio tem se tornado mais eficaz.