Sessenta e nove anos após sua morte, o filósofo alemão Walter Benjamin (1892 -1940) e suas teorias sobre arte continuam em alta no século XXI. Com o intuito de preservar as ideias do pensador, a professora do Departamento de Filosofia da PUC, Cláudia Castro, está promovendo o curso Walter Benjamin e a Arte da Crítica.

Em meio à revolução tecnológica e à ampliação do conceito de arte, as teorias do filósofo encontram-se atuais mesmo depois de tanto tempo. De acordo com Cláudia, é o caráter radical que faz dele um autor de temas contemporâneos, um autor fora do seu tempo.

- Ele tinha uma pertinência, uma urgência em tratar dos assuntos que na época eram considerados uma ruptura, mas é o que vivemos hoje - afirma.

Apesar de conhecido no Brasil pelo livro A obra de arte na era da reprodutibilidade técnica (1936), é em Sobre conceito de História (1940) que ele se mostra contrário às mudanças que estavam acontecendo. Para ele, o mundo precisava ser reconstruído, o que era impossível, uma vez que o progresso representava a força que levava a sociedade rumo ao futuro.

Embora contrário às citadas mudanças, ele via no cinema um veículo de comunicação com uma função política importante. A sociedade passou a ter acesso a uma visão do mundo diferente daquela a que estava acostumada. Filmes do ator Charles Chaplin, por exemplo, mostravam na tela uma oposição ao sistema vigente.

Desligadas do âmbito religioso, as obras ganharam independência e os artistas puderam atribuir livremente o que queriam às suas criações. Como crítico de arte, Benjamin traduzia a verdade das obras em uma linguagem filosófica.

Para Cláudia, a importância do pensador vai além das suas ideias. Por meio da literatura, ele transformava a arte em palavras e expunha suas críticas nas entrelinhas.

- Ele era um autor perceptivo. Seu caráter opinativo está por trás de suas teorias. Além disso,  imprimiu uma nova expressão à Filosofia e, a partir dele, as funções de crítico e filósofo se confundem.

O curso acontece todas as quartas-feiras, até o dia 15 de abril, das 19h30 às 21h30, no Pólo de Pensamento Contemporâneo (POP) - Rua Conde Afonso Celso, 103, Jardim Botânico. As inscrições estão abertas ao público. Para mais informações, basta acessar o site.