O centenário de nascimento de Dom Helder Câmara recebeu uma dupla homenagem na PUC-Rio, nesta sexta-feira, 27 de março. Às 11h, no auditório no auditório do Rio DataCentro (RDC), foi proferida a Aula Magna Dom Helder Câmara, Profeta da Justiça e Esperança. A solenidade de abertura do ano acadêmico contou com o arcebispo de Mariana e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Geraldo Lyrio Rocha, e foi transmitida ao vivo pela TV do Portal PUC-Rio Digital. Às 12h, ele presidiu a Missa do Espírito Santo, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, com a participação do Coral da PUC-Rio.

– Dom Helder deixou marcas por onde passou. Era místico e, ao mesmo tempo, tinha um pé na realidade. Ele convivia com o amor de Deus e com a pobreza, o mistério e sofrimento de tantos irmãos – destaca o diretor do Departamento de Teologia, Paulo Cezar Costa.

Fundador da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Helder foi indicado quatro vezes ao Prêmio Nobel da Paz por suas obras sociais. O prestígio internacional, sustentado na luta humanitária, rendeu-lhe títulos como os de doutor Honoris Causa de 33 universidades e Cidadão Honorário de 28 cidades brasileiras.

Dom Helder Câmara foi perseguido e acusado de comunismo pela defesa austera dos direitos humanos no Brasil durante o regime militar, quando teve o acesso aos meios de comunicação negado. Ele pregava uma Igreja simples, voltada para os pobres e para a não-violência.

 – Foi um personagem singular na história do Brasil. Denunciou com força e coragem, mesmo fora do país, as injustiças e atrocidades cometidas – relembra o professor Paulo Cezar Costa.

No legado de dezenas de obras sociais, está o Centro Dom Helder Câmara, onde militantes dos direitos humanos desenvolvem ações para garantir moradia a famílias de comunidades pobres. No Centro, 120 crianças foram retiradas do trabalho infantil e da violência das ruas.

Em fevereiro de 2008, o pedido de beatificação de Dom Helder foi encaminhado à Congregação para a Causa dos Santos, no Vaticano, pela Comissão Nacional de Presbíteros (CNP), vinculada à CNBB.