A sinalização indica que é proibido fumar nos corredores da PUC-Rio. Porém, muitas pessoas insistem neste hábito e perturbam os que estão por perto. Com o intuito de reduzir o índice de fumantes, a Universidade lançará a PUC Livre do Cigarro, uma campanha para alertar estudantes e funcionários dos malefícios do tabagismo.
De acordo com a aluna de Psicologia Bruna Primo, os fumantes não respeitam os avisos, nem se incomodam com as câmeras de segurança.
- Já vi grupos de até oito pessoas fumando no corredor. É um absurdo fumar ali, não tem sequer janela - indigna-se.
No último semestre, um princípio de incêndio na Ala Kennedy assustou quem passava por lá. Segundo o Vice-Reitor Comunitário, Augusto Sampaio, um estudante fumou no corredor e, como não havia cinzeiro, jogou o cigarro numa fresta, entre um prédio e outro.
São inúmeras as doenças causadas pelo tabagismo. Algumas delas: enfisema pulmonar, câncer de boca e infarto do miocárdio. Se o ambiente for fechado, as consequências para os fumantes passivos - que não fumam, mas inalam a fumaça do cigarro alheio - são as mesmas dos adeptos do tabaco.
No sentido de ajudar os interessados em deixar o vício, a Universidade criou a PUC Livre do Cigarro. Segundo o Vice-Reitor, o objetivo da campanha é conscientizar as pessoas.
- Vamos espalhar cartazes, oferecer cursos e auxiliar os fumantes - afirma.
De acordo com ele, hoje o número de mulheres fumantes é superior ao de homens. Por outro lado, o jovem está mais afastado do cigarro do que antigamente.
- Antes, para os homens, tinha toda uma atmosfera de auto-afirmação influenciada pelo cinema. Agora, o hábito de fumar parece estar ligado à questão da independência e do glamour, no caso das mulheres - afirma.
O estudante de Jornalismo Daniel Cavalcanti conta que começou a fumar aos 17 anos, sem motivo específico. Hoje, quatro anos depois, diz já ter tentado parar duas vezes, mas não conseguiu. Como para ele faculdade e liberdade são sinônimos, fumar nos corredores não era motivo para inibição, já que havia cinzeiros por lá.
- Depois que tiraram (os cinzeiros) parei de fumar ali, mas ainda fumo em outros ambientes fechados - diz.
Augusto Sampaio diz entender a necessidade de um aluno que está no sexto andar da Ala Kennedy e quer fumar.
- Ele tem pouco tempo entre uma aula e outra, então, fumar no corredor é mais rápido.
Com a campanha, o departamento em que não houver pessoas fumando em locais proibidos receberá um certificado. Referindo-se à lei 9.294/96, que proíbe o fumo em ambientes fechados, o Vice-Reitor Comunitário ressalta a necessidade de seu cumprimento.
- Se há uma lei, as pessoas devem obedecê-la, concordando ou não. Aos poucos, com toda essa conscientização que vamos fazer, elas irão se acostumar a não fumar ali - conclui.
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