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Rio de Janeiro, 27 de julho de 2024


Cultura

Blog revela complementaridade entre a publicidade e o cinema

Paula Giolito - Do Portal

12/03/2009

 Reprodução

Um filme publicitário de 30 segundos pode ser analisado como cinema? A publicidade e o cinema são duas áreas conectadas ou excludentes? Com estes questionamentos em mente, o jornalista e crítico de cinema Rodrigo Fonseca e o publicitário e também crítico Paulo Peres idealizaram o blog “Cinema Curto” (www.cinemacurto.blogspot.com), lançado em janeiro deste ano.

A partir de postagens de vídeos, depoimentos de diretores e entrevistas com especialistas, a dupla analisa criticamente os mais recentes comerciais produzidos não apenas no âmbito nacional, como também no internacional. Valendo-se de suas experiências no campo cinematográfico, apelidaram de “Cinema Curto” as propagandas que se aproximam da sétima arte, as chamadas “micro curtas-metragens”.

Com técnicas semelhantes às utilizadas em produções cinematográficas, a publicidade vale-se de um tempo curto para atingir seu objetivo. Filmes publicitários veiculados na televisão têm em geral de 15 a 30 segundos de duração, e é neste espaço que a mensagem deve ser transmitida ao cliente. O cliente, por sua vez, deve ser seduzido para alcançar a venda do produto.

Há 30 anos no mercado de criação e produção publicitária, e uma bagagem que abarca experiências em grandes agências nacionais, Paulo Peres acredita que o meio publicitário é um excelente caminho para jovens cineastas. Além de ver o campo como uma área que permite uma maior experimentação, ele defende que trabalhar com filmes de propaganda é uma forma para captação de recursos. “A boa publicidade aqui no Brasil é muito bem paga. É um caminho certo para quem quer investir em curtas-metragens e financiar projetos pessoais.”, afirma.

Não apenas pelo atrativo financeiro, o trabalho na área de criação publicitária é visto por Paulo como uma escola para aqueles que se interessam pelo cinema. “Na gravação de um comercial e de um longa, aplicam-se as mesmas técnicas, o que muda é o jeito de contar a história”. 

Em um mundo bombardeado constantemente por mensagens e imagens, a propaganda tem agora o desafio de atrair um público cada vez mais seleto. Assim, utiliza-se de artifícios antes presentes apenas em grandes produções cinematográficas, como uma fotografia rebuscada.

Foi pensando nesta proximidade que Pablo Schulze, recém formado em cinema pela PUC-Rio, optou pela segunda habilitação em publicidade. “As linguagens das duas áreas são muito interligadas. Me interessei pela publicidade pelo desafio que é transmitir uma história em um tempo tão reduzido.”, comenta o aluno, que também acredita na união das duas habilitações como um caminho para sua inserção no mercado cinematográfico.