A demolição do bar Espelunca Chic, no dia 5 de março, ainda causa polêmica entre os moradores da Gávea. Enquanto parte aprova a iniciativa, como um exemplo de ordem urbana (a varanda ocupava de forma irregular a calçada da Rua Marquês de São Vicente), outros cobram da Prefeitura ações para que o espaço tomado por escombros não vire uma dor de cabeça. Paula Guimarães, proprietária da academia Curves, ao lado do antigo bar, teme que o ponto seja ocupado por mendigos.

- Pus um holofote na frente da academia. Pois, com o Espelunca fechado, a área está mais insegura - avalia.

Outra cobrança refere-se à conservação do local. Pedem que o calçamento, supostamente danificado pela demolição, seja restaurado. "Quebraram a nossa calçada", denuncia a empresária.

Parte dos moradores considera a demolição "exagerada" e argumenta que há outras prioridades para o poder público. "Não precisavam ter destruído tudo", pondera a aposentada Therezinha Leal .

Quem passa em frente as ruínas percebe cartazes de apoio ao proprietário do bar, Roberto Zaccaro, que passa um abaixo-assinado pelo bairro contra a iniciativa da Secretaria de Ordem Pública. Embora tenha achado a ação "violenta", o publicitário Felipe Raposo, que estava no local quando o bar foi demolido, acredita que prevalecerá a ordem e a segurança naquela área. Ele cobra equilíbrio das autoridades públicas:

- O Roberto (Zaccaro) estava errado, mas isso não justifica a forma como agiram. Não se pode corrigir um erro cometendo outro. A ordem pública deve ser mantida com severidade, mas sem excessos.

A Secretaria de Ordem Pública informa que o dono do estabelecimento havia sido notificado duas vezes sobre a irregularidade – em janeiro de 2008 e janeiro de 2009. O órgão se comprometeu em apurar a denúncia de que a calçada foi danificada durante a operação.