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Rio de Janeiro, 27 de julho de 2024


Cultura

Poesia ganha com Alice Sant'Anna mais uma voz feminina

Carolina Heringer - Do Portal

10/03/2009

Alice Sant’Anna, estudante do 7º período de jornalismo da PUC, acha graça quando questionada sobre a  "fama repentina" conquistada em agosto do ano passado, mês de lançamento de seu primeiro livro, “Dobraduras”. “Não sou famosa, minha vida não sofreu uma mudança radical. As pessoas não me reconhecem e não me param na rua. Foi uma coisa mais discreta.”

 
Alice foi apontada, no final do ano passado, como promessa de 2009 na poesia pela coluna Gente Boa, do jornal O Globo. No Jornal do Brasil, foi personagem de diversas matérias e seu livro eleito o melhor de 2008 pelos leitores deste veículo. No começo deste ano, a loja Ágatha procurou Alice, interessada em estampar um poema seu em bolsas da nova coleção. Um reconhecimento gratificante para quem teve tantas dúvidas sobre o momento certo de lançar o livro.


A paixão pela escrita começou nos tempos de colégio, quando Alice estudava na Escola Parque. Mas a vontade de escrever poesia veio depois que a jovem descobriu os textos de Ana Cristina César. Encantada com a obra que descobrira, passou a escrever inspirada na produção da poetiza. “Por acaso, um dia fui parar no site da Ana Cristina e achei incrível. Foi, então, que comecei a escrever, me inspirando nela”, conta Alice.


Foi dessa admiração que surgiu uma amizade com o poeta Armando Freitas Filho, melhor amigo de Ana Cristina César. Aos 15 anos, com a ajuda de seu pai, Alice fez contato com Armando e deixou com ele textos que havia produzido. A jovem recebeu, dias depois, um e-mail com muitos elogios ao seu trabalho. “Ele chamou meus poemas de viscerais e disse que eu tinha me revelado um prodígio, assim como Ana Cristina César e Vivian Kogut”.


 Antes de lançar “Dobraduras”, Alice usava um blog para “partilhar” seus textos com o público. “O blog é muito legal em termos de troca. Foi através do meu que conheci a poetisa Bruna Beber, que me deu muita força para lançar meu livro”, conta. A história de Bruna é parecida com a de Alice. Aos 22 anos, publicou seu primeiro livro, que foi um grande sucesso.

 
Tudo que acontece na vida de Alice serve de inspiração para suas obras. Mas nem tudo vira imediatamente um poema. “Às vezes, tem coisas que marcam, mas demoram a virar poema. E coisas bobas podem logo virar”, conta a poetisa. Da mesma forma, ela diz que o poeta não tem um método rigoroso ou uma fórmula para escrever. “Não preciso escrever todos os dias. Posso passar um mês sem escrever e, em um dia, produzir diversos poemas”.


Daqui para frente, Alice pretende voltar-se para as áreas de literatura e para o mercado editorial. E já vem pensando num novo livro. “Já tinha decidido um tema e produzido diversos textos, mas estou pensando ainda se vale a pena”, conta. Seus textos podem ser conferidos no blog: http://www.adobradura.blogspot.com.