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Rio de Janeiro, 24 de abril de 2024


Esporte

De engraxate a repórter esportivo

Felipe Machado

06/11/2007

 

Pode parecer roteiro de filme, mas é a história do jornalista Régis Rösing. Ele começou aos 14 anos em uma pequena rádio de Cachoeira do Sul, sua cidade natal no Rio Grande do Sul, onde era engraxate. Sua escolha pelo jornalismo esportivo foi para contar histórias de superação, como as dos atletas do ParaPan. “O esporte é um meio de desenvolvimento humano, e dá oportunidades às pessoas que nenhum governo daria”, diz o repórter. O jornalismo esportivo também deu a ele muitas oportunidades.

 

Até chegar a TV Globo, onde completará 10 anos em janeiro, Rösing trabalhou na rádio Atlântida, no Rio Grande do Sul. Depois foi para a emissora RBS, afiliada da TV Globo na região. No entanto, tudo aconteceu em sua carreira sem ele ter um diploma de curso superior, ao qual dá valor justamente porque não teve oportunidade de conseguir.

 

O que substituiu pela garra. Quando trabalhava na rádio, um dos funcionários fugia de vez em quando para namorar e o jovem engraxate ficava no lugar dele. Numa dessas, o gerente entrou na cabine de mixagem e deu de cara com Rösing, que prontamente defendeu o amigo, dizendo que estava em casa, passando mal. O gerente então sentiu-se grato pelo garoto ter “ajudado” a rádio naquela noite e deu um emprego a ele.

 

Profissional completo

Ele afirma que na profissão de jornalista é preciso ser fiel àquilo que manda o coração. Para ele, é fundamental o envolvimento e o comprometimento na profissão.

 

- O repórter deve ser um profissional completo, conhecer outras áreas, saber mexer na câmera, editar, produzir. Essa profissão tem que ter uma reciclagem no que diz respeito à vaidade – disse, referindo-se ao repórter de TV. Ele mesmo gosta de editar suas matérias e conta que o faz de madrugada, horário em que o pessoal da limpeza trabalha.

 

Ele aproveita para fazer pesquisa de opinião e conferir se os potenciais espectadores estão gostando do trabalho. “Se fizer algo que eles entendam, estou satisfeito”, completou. Sua disposição para o trabalho se manifesta também nas suas convicções:

 

- Nós, seres humanos, somos muito comodistas. Queremos sempre nos espelhar, tomar alguém como exemplo. Chega uma hora em que temos que olhar para nós mesmos, corrermos atrás do que queremos – afirmou – Tempo é uma questão de prioridade. Não podemos reclamar de nada na vida, pois tudo que temos foram escolhas nossas. É um pecado reclamarmos de qualquer coisa – concluiu.