Projeto Comunicar
PUC-Rio

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Rio de Janeiro, 7 de junho de 2023


Cidade

Choque de ordem: moradores pedem ações permanentes

Rafaella Mangione - Do Portal

07/01/2009

 Paula Giolito

Um dos primeiros bairros a receber, neste início de ano, o chamado choque de ordem - série de medidas como a remoção de moradores de rua, o combate ao transporte ilegal e a contenção das favelas - a Gávea mostra-se dividida. Alguns moradores consideram ainda inconsistente a operação iniciada no dia 5 de janeiro pela prefeitura. Outros já enxergam benefícios na rotina da região, mas reivindicam caráter permanente das ações.

Para Alessandra Ribeiro, a operação é bem-vinda, pois o bairro está precisando de cuidados. “Ontem vi muitos guardas municipais nas ruas e muitos carros sendo rebocados. Torço para que isso continue”, acrescentou. Thiago Cabral, também morador da região, destacou a  importância de “calçadas mais livres”. Ele acha difícil, porém, que as ações se mantenham regulares. “Ando descrente com a política, mas seria muito bom se o choque de ordem permanecesse”, reiterou.

O presidente da Associação de Moradores e Amigos da Gávea (Amagávea), René Hasenclever, disse que ainda é muito cedo para observar mudanças. “Não vi nada de diferente, só a grande quantidade de guardas municipais nas ruas”, avaliou.

 Os estudantes de Comunicação da PUC-Rio Mariana Lina e Marcelo Vasconcellos também não perceberam mudanças. Mariana acredita, no entanto, que a permanência de iniciativas do gênero possam aproximar a realidade carioca da fama de cidade maravilhosa: “Espero que este choque de ordem não dure dias, meses ou os quatro anos de Eduardo Paes [à frente da prefeitura], mas que fique para os próximos prefeitos”. Marcelo considera a opereção positiva, desde que mantenha distância do oportunismo.

- Ele (Eduardo Paes) não pode resolver problemas complexos num curto prazo, ou acabará excluindo as pessoas - ressalvou o estudante.

De acordo com René Hasenclever, um dos principais desafios é o combate à construção irregular. “Não é só o pobre que está construindo sem autorização”, observou. Segundo ele, há condomínios de classe média construídos em áreas irregulares, favorecidos por falta de fiscailização do poder público.

A invasão das calçadas - por bares, população de rua e ambulantes - também ocupa o topo da lista de problemas que afligem os moradores. “Reorganizar o bairro envolve muitas questões. Não acredito que melhore 100 por cento, mas temos que ter esperança”, diz René.