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Rio de Janeiro, 19 de abril de 2024


Campus

Congresso sobre formação de professores de línguas

Bruna Santamarina - Do Portal

01/12/2008

 Bruna Santamarina

Com mais de 500 pessoas inscritas, o II Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas (II CLAFPL), organizado pelo Departamento de Letras da PUC-Rio, contou com palestras, apresentação de trabalhos, lançamento de livros, mesas-redondas e simpósios sobre o tema “Formação de Professores de Línguas e Transformação Social”. Nos dias 27, 28 e 29 de novembro, o Auditório Padre Anchieta, o Salão do Centro Técnico Científico, o Ginásio Poliesportivo Padre Ormindo Viveiros de Castro, mais de 20 salas de aula, o Auditório e o Mini-auditório do Rio DataCentro (RDC), ao mesmo tempo, abrigaram o evento. Além disso, uma feira com exposição e venda de livros lotou os corredores do RDC.

– O contato com pesquisa é sempre importante. Alunos de graduação e pós-graduação puderam assistir à apresentação de congressistas do Chile, da Colômbia e do Uruguai, que vieram apresentar seus trabalhos sobre a formação de professores de línguas – explica Inês Miller, organizadora do II CLAFPL.

Entre tantas atrações, comunicações coordenadas estavam sendo realizadas simultaneamente. Uma delas, às 10h30 do dia 28, “Multiplicidade, Educação Bilíngüe e Transformação Social: uma possibilidade”, foi a apresentação do trabalho das professoras da PUC-SP, Fernanda Liberali e Helena Wolffowitz.

Elas explicaram a importância do estudo bilíngüe, diferenciando-o do estudo da língua estrangeira. A educação em língua estrangeira, segundo as professores, leva o aluno a aprender em seu dia-a-dia (em atividades como ir ao cinema ou a um restaurante) e estimula a criatividade e a imaginação.

O projeto é realizado em creches da periferia de São Paulo e ainda não existe no Rio de Janeiro. As professoras contam que gostariam de implantá-lo em mais escolas, já que os resultados têm sido bons. As aulas são em língua estrangeira e o português não é permitido. O grupo inclui mais de 20 crianças entre 3 e 5 anos.

– Elas aprendem rapidamente a pensar e agir de uma forma plural. Nosso objetivo é fazer um estudo sobre o papel do ensino bilíngüe. Esse é o primeiro ano do projeto. Queremos expandi-lo e criar oficinas temáticas em inglês e francês para alunos mais velhos – observa Fernanda, uma das idealizadoras.

Segundo ela, os pais, de início, ficaram espantados. Hoje, são gratos, já que as professoras conseguiram ensinar muito bem e rapidamente uma língua que não é a materna para seus filhos.

– Uma vez, uma das estagiárias encontrou com uma aluna e sua mãe no ônibus. A estagiária conversava em inglês com a menina, que deveria ter uns 4 anos. A mãe ficou espantada, pois não tinha a dimensão do quanto sua filha estava aprendendo nas aulas – contou Fernanda.

O Congresso é realizado bienalmente. A primeira edição foi em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina entre 9 e 11 de novembro de 2006, em Florianópolis. O tema do I CLAFPL, “Desafios para o Formador de Professores de Línguas”, teve grande repercussão não só pelo interesse no assunto, como pelo enorme espaço criado para discussão.