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Rio de Janeiro, 30 de dezembro de 2024


Campus

Glória Maria: "É preciso se reinventar"

Guilherme Costa - Do Portal

10/02/2009

 Paula Giolito

“Nunca você sabe nada no jornalismo. Aquilo que você aprendeu ontem, amanhã não vale mais”, disse a apresentadora Glória Maria aos alunos de jornalismo da PUC-Rio, em um ciclo de palestras no auditório Padre Anchieta. No encontro, do qual também participaram o superintendente de serviços de comunicação em massa da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), Ara Apkar Minassian, e a jornalista Glenda Kozlowski, Glória lembrou as dificuldades que enfrentou no início da carreira e fez um alerta para os que querem ser apresentadores de TV: “As pessoas se esqueceram de que a coisa mais maravilhosa do jornalismo é fazer reportagem.”

Glória, que nos últimos 10 anos atuou como apresentadora e repórter do Fantástico, e recentemente pediu dois anos “sabáticos” na Rede Globo para se dedicar a projetos pessoais, enfatizou que a profissão é feita, principalmente, "de desafios":

- No jornalismo, todo dia você tem que se reinventar. Embora os fatos se repitam, as emoções a cada notícia são sempre novas. Se você consegue mostrar isso, você tem uma história diferente.

Segundo ela, os jornalistas que estão entrando no mercado de trabalho devem tomar cuidado com o ego, e lembrar que "uma história tem sempre dois lados".

- O jornalista tem muita tendência a ser o dono da verdade. - alertou.

Nessa profissão "perfeita para os curiosos", como disse Glória Maria, é importante que o repórter esteja na rua, vendo as coisas. O lembrete foi da repórter e apresentadora Glenda Kozlowski: “Jornalista tem que estar na rua, porque é ali que as cosias acontecem, não na redação”. Ele salientou outro ponto importante da rotina jornalística:

- Sem o trabalho de equipe, a matéria não vai ao ar. Por trás de um repórter, há uma equipe inteira, uma redação inteira.

Abordando o tema das novas tecnologias, Ara Aokar Minassian, da ANATEL, afirmou que a TV digital pode ser considerada um instrumento democratizador, ao oferecer novas oportunidades aos radiodifusores. “Pela condição que eles têm de produzir conteúdo e, principalmente, sabendo o que o consumidor final quer, terão que adaptar essa produção para cada mercado”, previu.