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Rio de Janeiro, 19 de abril de 2024


Cultura

"A catarse é fundamental", diz Geraldo Carneiro

Fernanda Ralile - Do Portal

29/10/2007

Estética – encontro entre TV e cinema nas minisséries da TV Globo *

 

Quem veio?

Geraldo Carneiro, roteirista, letrista, poeta.

 

Por que veio?

Palestrar no seminário “Estética – encontro entre TV ecinema nas minisséries da TV Globo”. Falou sobre a literatura como fonte de inspiração para produtos audiovisuais, convergência de linguagens, diferenças dos elementos narrativos entre os veículos de comunicação e sobre como adaptar contos para a TV e para o cinema, tendo como ponto de partida o especial O santo que não acreditava em Deus, da obra de João Ubaldo Ribeiro.

 

Onde e quando foi?

Na PUC-Rio, 8 de março de 2007.

 

Melhores momentos

 

“Começando a pensar no encontro de hoje, me lembrei de um livro de entrevistas do Truman Capote, no qual ele diz o seguinte: ‘O difícil de escrever roteiros é que tudo é só uma questão de construção. Uma vez que você tenha a coisa construída em sua cabeça, cena por cena, como o roteiro vai se abrir e vai se fechar, o problema está resolvido’. E eu concordo inteiramente com ele.”

 

“Todas as histórias adaptadas para o teatro ou para as artes audiovisuais precisam ter qualidade catártica, do contrário serão frustrantes para o espectador.”

 

“A construção do diálogo é uma das preocupações centrais de um roteiro porque ele, de uma certa forma, configura o personagem.”

 

“O desafio de adaptar Machado de Assis consiste em você conseguir conservar o clima de ceticismo que permeia sua criação e, ao mesmo tempo, transformar aquilo num produto que sugira alguma espécie de catarse. É complicado e contraditório de você realizar uma adaptação que contemple tanto essa originalidade filosófica da narrativa de Machado como a necessidade de se transformar numa narrativa dramatúrgica interessante.”

 

“É sempre uma tentação pro roteirista usar a narração em off, que é uma maneira de aproximar a onisciência de um narrador literário com a do narrador audiovisual. É uma tentação que de um modo geral nós devemos evitar, pois ela acaba esfriando muito uma narrativa.”

 

“Algumas histórias se prestam tão bem à linguagem televisiva que fazem com que as expectativas sejam criadas quase que naturalmente. Tem até uma série na TV agora, que eu conheço pouquíssimo, só vi um episódio, que talvez vocês conheçam bem, chamada Lost. É muito engraçado porque é uma série inteiramente vazia, mas que tem uma estrutura que suscita expectativas. Então, há pessoas no mundo inteiramente viciadas naquilo sem se dar conta do próprio enredo.”

 

“Eu gosto muito dos primeiros romances de Machado de Assis que sãodesprezados pela maioria. Porque Machado fica bom só com 39 anos de idade, se não me falha a memória. Epilético, ele teve um surto que o transformou num grande escritor.”

 

* Acompanhe a seqüência do seminário “Estética – encontro entre TV e cinema nas minisséries da TV Globo”:

  • 1 – Luís Erlanger.
  • 2 – Luiz Fernando Carvalho.
  • 3 – Luiz Gleiser.
  • 4 – Geraldo Carneiro.
  • 5 – Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira.
  • 6 – Antônio Calmon.
  • 7 – Daniel Filho.
  • 8 – Guel Arraes.
  • 9 – José Lavigne.
  • 10 – Walcyr Carrasco.
  • 11 – Sílvio de Abreu.
  • 12 – Sérgio Marques.
  • 13 – Glória Perez.
  • 14 – Edson Pimentel.
  • 15 – Maristela Veloso e Alexandre Ishikawa.
  • 16 – Eduardo Figueira e Maurício Farias.
  • 17 – José Tadeu e Celso Araújo.
  • 18 – José Cláudio Ferreira e Keller da Veiga.
  • 19 – Ariano Suassuna.
  • 20 – Luiz Fernando Carvalho (e equipe).
  • 21 – Betty Filipecki e Emília Duncan.
  • 22 – Denise Garrido e Vavá Torres.
  • 23 – Cláudio Sampaio e Alexandre Romano.
  • 24 – Edna Palatinik e Cecília Castro.
  • 25 – Roberto Barreira e Marcinho.
  • 26 – Cadu Rodrigues.