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Rio de Janeiro, 16 de abril de 2024


Campus

"Tablet é aposta para sobrevivência do jornal"

Paula Laureano - Do Portal

17/09/2014

 Viviane Vieira

A estrutura do jornalismo, como conhecemos, não vai ser mais a mesma. Os veículos estão em processo de transformação, na tentativa de se adaptar ao mundo tecnológico em que vivemos hoje. O site de um jornal, por exemplo, se tornou mais importante que sua versão impressa. Essa prioridade decorre da estimativa de que em 2016, o número de assinantes do site vai superar o de papel, como prevê o Instituto de Verificação de Circulação (IVC).

A adaptação do jornalismo impresso para o digital foi o tema da palestra do jornalista Aydano André Motta, editor adjunto do Globo A Mais, na tarde desta segunda-feira, com alunos do Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio. Para ele, o papel não vai acabar, mas também não vai sobreviver sozinho; é preciso tornar a mídia impressa atraente. Foi pensando nisso que o jornal O Globo criou uma revista digital diária, O Globo A Mais, da qual Aydano é editor-adjunto. Toda tarde, às 18h, uma nova edição da revista é lançada para tablets e computadores.

O jornalista destacou o pioneirismo do Globo em criar esse produto e ressaltou também como o jornal aposta no tablet para sobreviver.

– O notebook e o PC são instrumentos de trabalho. O tablet, não. O Globo acredita que esse dispositivo pode ser a solução para substituir o jornal de papel.

Segundo Aydano, o jornalismo digital é arriscado e apresenta dificuldades diferentes das do impresso. Hoje, a sociedade está muito mais próxima das informações do que antes, e não possui o hábito de ler o jornal. Ao mesmo tempo, diferente do assinante do papel, o assinante do site ou da revista não acessa novamente quando não gosta de determinado conteúdo. No entanto, ele também destacou os pontos positivos de se trabalhar nessa mídia. Viviane Vieira

– Pensar em uma matéria se tornou muito mais interessante do que antes.

Assim, as reportagens na mídia digital precisam, cada vez mais, utilizar recursos de interação com o usuário, como vídeos. As matérias não podem ser mais estáticas, como as dos jornais impressos. As equipes se tornam mais integradas, como acontece na televisão, e o designer assume posto de destaque. Hoje há uma editoria de vídeo na redação do jornal, algo impensável anteriormente. As sabatinas realizadas com os candidatos à Presidência da República são um exemplo dessa convergência de mídias.

Aydano ressalta, entretanto, que o jornalismo continua o mesmo: ainda são necessárias uma boa apuração, produção e edição.

– A base não mudou. O que mudou foi o peso, a importância da qualidade. O jornal de papel é um produto imperfeito. O texto digital é melhor, admite erro zero.