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Rio de Janeiro, 19 de abril de 2024


Cultura

Prateleiras de livros reduzidas a um chip

José Augusto Martini - Do Portal

22/10/2008

 Paula Giolito

O maior encontro literário do mundo encerrou domingo sua 60ª edição e teve pela primeira vez a quantidade de produtos digitalizados em exibição equiparada ao de livros comuns. Além de DVDs, softwares e filmes, chamou atenção o número de livros eletrônicos oferecidos na Feira do Livro de Frankfurt. Dos mais de sete mil expositores presentes, 5% do total ofereceram textos para os chamados e-books. Em entrevista coletiva, na abertura da feira, Paulo Coelho falou da internet como um caminho para aumentar os leitores. "Os livros digitais reclamam seu espaço e tudo indica que chegará o momento em que o digital superará o papel", disse o escritor.

Apesar do avanço do e-book, o editor da Editora PUC-Rio, Fernando Sá, acredita que não é o fim do livro em papel. Para ele, o livro tem uma aura, diferente do jornal, cada vez mais ameaçado com as possibilidades ilimitadas da internet. “O livro você guarda, é para uma vida inteira. Ele terá uma vida longa, pois ainda não encontramos nada para substitui-lo”, afirmou o editor, que enxerga mais futuro no livro do que no jornal.

Um dos editores do New York Times afirmou que 2013 pode ser o último ano de circulação, no formato tradicional, deste que é um dos mais influentes jornais do mundo. A revolução da internet não tem poupado ninguém. Para Fernando Sá, muitas editoras são conservadoras em relação a esse futuro digital. “O site do NYT é um dos mais valiosos do mundo. Eles estão sabendo aproveitar essa mudança. Acho que o e-book potencializa a venda, diferente do que dizem”, compara o editor.

Fernando Sá define a ligação do livro com a internet como sendo “total”. Com essa idéia em mente, a editora da PUC passou a oferecer em 2008 e-books gratuitos em seu site. Algumas editoras relançam pequenas tiragens para valorizar seu catálogo, mas em sua maioria, livros mais antigos tendem a não voltar para as prateleiras. A Editora PUC-Rio encontrou facilidade no processo, pois desde seu surgimento, em 2000, tudo era digitalizado. Três livros estão disponíveis no site da editora e, de acordo com Fernando Sá, na medida em que um livro se esgotar ele será publicado em formato digital.

Outra iniciativa da editora é a publicação online da revista ALCEU, publicação trimestral do departamento de Comunicação Social. Diferente do que acontecia quando a revista foi lançada, em que a publicação online era feita com uma edição de atraso, agora a divulgação em formato digital é simultânea ao lançamento impresso, facilitando o acesso de pesquisadores aos artigos acadêmicos.