Maria Silvia Vieira - Do Portal
25/08/2014O consumo de plataformas digitais até 2017 tende a avançar ao ritmo de dois dígitos por ano, aponta pesquisa da consultoria PQ Media. Para competirem nesse vertiginoso mercado da informação, no qual as redes sociais assumem peso crescente, os portais de notícias precisam buscar trunfos como um layout que atenda a diversas faixas etárias; uma inserção maior nas plataformas móveis e o casamento entre notícias e informações aprofundadas. O prognóstico foi feito pelo engenheiro de computação do Globo.com Rodrigo Senra, na palestra Bisbilhotando como funciona o maior portal de jornalismo digital , na 17ª Mostra PUC.
Especialistas em mídia avaliam que redes como o Facebook e o Twitter já medem forças com fornecedores tradicionais de informação. Tais modelos mudam a maneira de se pensar e produzir a informação no ambiente digital. Para Senra, o que diferencia um grande portal de notícias de um tweet são, supostamente, a consistência da informação e a forma de apresentá-la:
– O que a gente tenta fazer é dar uma notícia consistente de forma descontraída, com uma estética agradável, mas trabalhada. Assim, eu acho que a gente se diferencia de um mero tweet ou um post espúrio em redes sociais – compara.
Por outro lado, os portais noticiosos se articulam às redes sociais para transformar concorrência em vantagem competitiva. No Globo.com, por exemplo, uma das estratégias é usar a identificação do Facebook para traçar um perfil do internauta. Ao unir essa informação com o histórico de acessos, é possível recomendar reportagens alinhados aos assuntos preferidos.
O engenheiro ressalta que, para "acolher melhor os diversos interesses", foram criados dois espaços: um voltado a notícias breves; e o outro, mais didático, com esclarecimentos e contextualizações sobre fatos importantes, que merecem desdobramentos, como a queda do avião da Malaysian Airlines ou o secular conflito na Faixa de Gaza.
– Existe o momento de consumir uma notícia breve ou uma imagem e existe o momento em que o internauta quer se aprofundar na informação, entender um determinado processo. O que fazemos é tentar oferecer conteúdo para toda essa diversidade – explica.
– Este é um desafio com o qual a gente lida todos os dias. Há um corpo especializado para trabalhar isso e dar a melhor solução possível – diz o especialista.
Outro desafio, ainda conforme Senra, é a inserção maior nas plataformas móveis: tablets e smartphones, que tem impulsionado e revolucionado o consumo de informações nos últimos cinco anos. De acordo com a Pesquisa de Mídia Brasileira 2014, os celulares já são a segunda plataforma mais usada para o acesso à internet. Portanto, torna-se estratégico investir nos aplicativos.
– Tablet e smartphones representam um novo campo. Esse é um terreno fértil, e estamos trabalhando para consolidar nossa presença nessas plataformas – ressalta Senra.
Neste sentido, um dos principais desafios remete à decisão se é melhor unir tudo em um único aplicativo ou preservar a identidade visual e ramificar os aplicativos. Para o especialista, o caminho ainda está sendo "desvendado":
– A questão que existe ainda é: múltiplas aplicações ou uma única aplicação? Existe um estudo que diz que os internautas usam um número fixo de aplicações, geralmente até dez. Nesse modelo seria mais interessante ter uma única aplicação, porém nossos produtos tem uma identidade própria. Então precisamos escolher um caminho. Ainda assim, nossa presença no mundo mobile já está acontecendo e deve ser ampliada nos próximos anos – projeta Senra.
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